Nascida Eunice Kathleen Waymon, em 21 de fevereiro de 1933,
em Tyron, Carolina do Norte, EUA. Morre em 21 de abril de 2003, em
Carry-Ke-Rouet, França.
Além de cantora foi pianista e compositora.
Artista fora de qualquer padrão. Original e inimitável.
Mesmo que associada ao universo do jazz, em seus 50 anos de carreira, e 70 de
vida, Nina Simone transitou livremente por gospel, blues, folk , pop, temas da
Broadway, canções francesas, cânticos africanos, soul, música clássica. Ela
afirmava que gostava de música clássica negra . Frisou que: “Jazz é um termo
branco para definir o povo negro. Minha música é a música clássica negra”.
Independente das razões da cantora, pianista, compositora,
doutora em Música e Humanidade e eterna ativista e iconoclasta, ou das
restrições de muitos fundamentalistas do jazz, esse foi o campo no qual sua
arte pôde germinar.
Como muitas das cantoras afro-americanas, o contato de Nina
com a música veio cedo, ainda na infância. Sexta de 8 filhos, de uma pobre mas
musical família de Tyron, Carolina do Norte, começou a tocar piano aos 3 anos
e, quatro anos depois, já dominava o órgão na igreja.
Logo Nina tornou-se apaixonada pela obra de Bach, Chopin,
Brahms, Beethoven e Shubert.
Após vários percalços devido ao racismo, logo aos 19
anos,começou a nascer o mito Nina Simone. O nome artístico, inicialmente
escolhido para esconder dos pais a adesão à música comercial, juntava o apelido
Nina,que um namoradinho lhe dera, com o Simone da atriz Simone Signoret, que a
encantara no filme “Casque d’Or, de 1952.
Nina transitava entre o mundo da música clássica e o da
música popular.
Afirmou: “Meu plano inicial era me tornar a primeira
concertista de piano negra, não uma cantora. E nunca me ocorreu que iria tocar
para plateias que conversavam e bebiam enquanto eu me apresentava. Então eu
sentia que se eles não queriam escutar, deveriam ir para os seus infernos
caseiros”.
Em 1959, chegou ao Top 20 da parada americana com a canção
“I loves you Porgy”.Foi um caminho sem volta.:
Ela tinha um temperamento difícil o que me fez lembrar da
nossa Elis Regina. Vejam uma de suas falas: “Costumam me associar a Billie
Holiday apenas pelo fato de ambas sermos negras, mas nunca me comparam a Maria
Callas, e sou mais diva como ela do que qualquer outra cantora. Quero ser
lembrada como uma diva do início ao fim, alguém que nunca fez concessões ou se
rendeu ao sistema, alguém que até o fim de seus dias manteve-se consistentemente
a mesma pessoa”.
Para os fãs brasileiros- Em 1990 , Nina aceitou o convite de
Maria Bethânia, também uma fã assumida, e participou do disco comemorativo de
25 anos de carreira da cantora baiana. É daqueles duetos à distância. Nina
gravou piano e voz em Londres; Bethânia e seus músicos completaram a mediana “Pronta
para cantar”-Ready to Sing(de Caetano Veloso) num estúdio carioca.
Fez imenso sucesso mas também teve um lado truculento em sua
vida.
Após sua morte em 2004, vieram à tona detalhes mais íntimos
de sua vida na biografia escrita por Sylvia Hampton, “Break Down and Let It Out”.
Entre as revelações, a de que desde o final dos anos 1960 fora diagnosticada
como bipolar. Apesar de medicada, Nina teria tido uns surtos, como atirar com
uma pistola e ferir o filho de um vizinho alegando ter sido perturbada pela
risada do garoto e seus amigos na piscina. Nina também atacou com arma de fogo
um executivo da indústria do disco, a quem acusou de desviar dinheiro.
Para o público que deixou em todo o mundo, a obra fala mais
alto.
Nina Simone continua na música, enquanto suas cinzas,
atendendo seu pedido, foram espalhadas por diferentes países da África.
Algumas frases ditas por ela que falam um pouco sobre sua personalidade forte:
"Gastei muitos anos perseguindo a excelência, porque é nisso que se pauta a música clássica...Agora eu me dedico à liberdade, o que é muito mais importante"
"A escravidão nunca foi abolida da maneira americana de pensar".
"Penso que os ricos estão muito ricos e os pobres, pobres demais. Não penso que o povo negro vai progredir, penso que a maioria vai morrer".
Muito bom Anastácia. Estou aguardando o lançamento da biografia dela por aqui.
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