quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Glyfada, o povoado dos grafites





             

 A cidade grega dos grafites(Glyfada-Messinia)
Glyfada, pequeno povoado, anteriormente conhecido como Karamanolis, é um assentamento semi-montanhoso, perto de Pylos e administrativamente pertencente a esse município , na Província de Messinia.
Nesse povoado, as paredes das casas são adornadas com grafites, desenhadas pelo conhecido e amado artista de Kalamata, Skitsofrenis.A vila se tornou um museu de arte moderna, com grafites do mundo rural e suas lutas.
Por iniciativa da associação local, o primeiro muro foi criado, apreciado por todos e, por isso, decidiu-se criar superfícies adicionais nas casas do povoado.
Fonte: gargalianoionline.gr


     




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O banquinho do Papú




 “Papú” significa vovô em grego.
Quem não tem um objeto, um móvel, uma peça, uma roupa de que  não se desfaz  de jeito algum?
Meu pai, hoje  já em outra morada, era meio acumulador! Sabe aquela figura que compra todas as novidades, aquele sujeito que manda trazer as muambas, aquele ser que guarda presentes para ir distribuindo ?
Após meio século de vida, meu pai resolveu dividir seu tempo entre Grécia e Brasil. Ia comprando presentes aqui e guardando na mala para levar para os amigos e parentes de lá. Lá comprava coisas lindas , ia guardando para trazer ao Brasil. Quando ele faleceu, tive a missão de ajeitar suas coisas , no sítio, onde ele morava , quando estava no Brasil.
Debaixo da cama , heis que surge uma mala cheia de artigos gregos (toalhas de mesa, combolois, camisetas, etc). Foi embora mas sem deixar de presentear...
Andava sempre com algum comboloi no bolso( espécie de terço, muito usado pelos gregos  para brincar, desestressar e, antigamente, rezar). Entrava em alguma loja, fazia amizade e acabava tirando o comboloi e presenteando . Ia aos médicos, fazia a mesma coisa. Deixava seus agrados por toda a parte.
Costumava ir à Praça da República, nas feirinhas de domingo, para comprar produtos típicos brasileiros, quando estava para viajar. Numa dessas andanças ele voltou com 3 banquinhos. Sim, 3 banquinhos. Um para a casa da minha mãe, um para casa do meu  irmão e um para mim. Na hora pensamos : “Prá que serviria”?
Pois serve para tudo.
Quando mudei de apartamento, meu ex- marido não queria que trouxéssemos meu banquinho. Achou que não combinaria com a  decoração. Dane-se a decoração. No banquinho do papú, ninguém “tasca”.
Ele fica ao lado da minha cama, onde apoio minha bolsa,  roupas, algum livro ou documento, uso para subir e pegar algo no armário, para esticar as pernas.  O mais importante: uso para aquecer meu coração, para lembrar sempre do meu pai amoroso, singular, muito alegre, vitorioso. É na proteção dele que me apoio nas horas mais difíceis e é a ele que agradeço a cada dia pela vida, pela estrutrura que nos deu e pelas lembranças que deixou.