terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Stafili-gliko tou koutaliou-Doce de uvas.





Mamãe do alto dos seus 88 anos, está se recuperando de uma deficiência pulmonar e ainda usa o oxigênio.
Apesar disso, ela, já cansada de não poder fazer tudo que gosta, arranca o catéter ou carrega o oxigênio para a cozinha e inventa algo delicioso.
Hoje o dia foi do doce de uvas que na Grécia chamamos de gliko tou koutaliou Stafili.
Gliko tou koutaliou= doce que se come com colher
Stafili= uva
Facílimo de fazer e quebra um galho na hora que chega uma visita inesperada.
Na Grécia costumam ter em potes de vidro esses doces de colher de variadas frutas.
Servem num pequeno pratinho de cristal e junto acompanha um copo de água geladinha.
Receita
Ingredientes:
- 1 kg de uvas (nós usamos as Thompson por serem sem caroço)
- 500 g de açúcar
- 150 g de água
- baunilha
- suco de limão

Modo de fazer:
Lavar e enxugar as uvas.
Numa panela, colocar a água, o açúcar e a baunilha
Levar ao fogo.
Quando o “xarope” começar a ferver, acrescentar as uvas chacoalhando a panela para misturar tudo e não grudar.
Ferver por uns 10 minutos e tirar logo do fogo para que as uvas não murchem
Cobrir com um pano de prato e deixar até o dia seguinte
Colocar mais um pouco no fogo até ficar firme, denso
Ao final, acrescentar suco de limão para que não empedre o açúcar.


FONTE: sintagespareas


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

FINITUDE



Lá fui eu mais uma vez receber a aposentadoria da minha mãe, já que ela ainda está se recuperando de uma fase de “dodóis”.
Não me sinto bem indo sem ela ao meu lado, como sempre fazíamos.
Lá ia ela toda prosa, conversava com a moça do caixa, já sua amigona. Claro que já a presenteara com seus lindos cachecóis e viraram amigas.
Hoje , sentada aguardando minha vez entre os aposentados, vejo um homem um pouco mais novo do que eu, talvez, chegando com o pai, em passos lentos.
Me chamou a atenção pois ele vinha super carinhoso perguntando: “-Está tudo bem”? enquanto acariciava o pai que parecia adoentado, debilitado.
Daí aquilo tudo bateu em mim feito uma pedra imensa. Veio a lembrança do meu pai na fase debilitada, a lembrança dessa fase que vivo com a mamãe em recuperação . Meio que desmontei. Eles se sentaram atrás de mim e o filho dizia: “-Puxa pai, que legal, hoje o senhor já tomou banho, fez a barba, tomou seu café...”.Enquanto falava , passava a mão na cabeça do pai com muito carinho.
Sorte que eu estava de óculos porque as lágrimas rolaram e percebi que nunca estamos prontos para a finitude. Nossos entes queridos nos parecem eternos.
Nessa hora tento me conformar acreditando na vida eterna, em outras vidas, e em tudo que me dê uma esperança de “Infinitude”.

Difícil termos que nos bastar emocionalmente...

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O açafrão de Kozani



Também chamado de tesouro da terra grega, o açafrão é uma das especiarias mais amadas e apreciadas pelas civilizações antigas. Tem propriedades aromáticas, farmacêuticas, afrodisíacas e uma cor ímpar.
Cleópatra fazia uso do açafrão entre seus cosméticos, os antigos fenícios o ofereciam à deusa Astarte, Homero citou-o em seus escritos e aparece também no Antigo Testamento.
Sua história na Moderna história grega começa quando os comerciantes de Kozani(região no norte da Grécia) traziam o açafrão da Áustria no século XVII.
Durante 300 anos o açafrão foi cultivado e cresceu sob o sol da Macedônia, em uma área que inclui várias pequenas vilas de Kozani.
Os residentes locais plantavam açafrão a cada verão e, quando chegava o outono, colhiam com as mãos as partículas preciosas da bonita flor e as drenavam cuidadosamente até obter filamentos vermelhos profundos.

O açafrão grego tem a melhor qualidade mundialmente falando. É chamado de “ a flor da cozinha mediterrânea”.





fonte:www.visitgreece.gr

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Os oásis em Atenas


         Entre prédios, ruas apertadas e quase sem verde, Atenas nos surpreende com verdadeiros oásis. São quintais com árvores, parreiras, plantas que dão frescor e aconchego, transformados em simpáticas tavernas. Os gregos chamam de AVLES = quintais.
          No verão são as tavernas mais frequentadas.
          Pesquisem, investiguem e descubram esses oásis que costumam nos presentear com deliciosos mezedes ( petiscos), pratos saborosos acompanhados de ouzo ( nosso aperitivo mais conhecido) e vinhos caseiros entre outros.
         Não citarei nomes mas posto algumas fotos para que tenham idéia.







Fonte das fotos: olivemagazine.gr

sábado, 1 de outubro de 2016

PROTI, ilha dos piratas em Messinia






Trata-se de uma linda ilhota em frente à Gargagliani e à cidadizinha da minha família paterna, Marathopolis.
A origem do nome “Proti” vem do deus Proteus, filho de Poseidon.
Trata-se de uma ilha situada no mar Jônico, pertencente administrativamente à Gargagliani, que por sua vez faz parte do município de Trifilia, unidade regional da Messinia e da região de Peloponeso.
Situa-se a 1,2 Km da costa de Marathopolis e não tem nascente nem poços de água. É usada para pastorear ovelhas.Tem vestígios arqueológicos e o mosteiro da Assunção de Gorgopigi, situado a norte da praia de Vurlias, que é o detsino deee uma romaria popilar nos dias 15 e 23 de agosto.
O valor arqueológico dá-se à existência de ruínas de uma acrópole com muralhas e um torrão circular do período  micênico( 1600-1100 a.C) ou pré- clássico..
No sítio arqueológico de Grammeno, encontram-se cerca de 30 inscrições das épocas pós- clássicas, romana e bizantina, com petições para viagens seguras, provenientes dos viajantes que ali estiveram com seus navios durante tempestades que pediam proteção dos deuses para prosseguirem suas viagens em segurança.
A igreja lá existente é dedicada a Nossa Senhora e foi construída sobre um antigo templo dedicado a Ártemis.
A ilha de Proti foi mencionada por Tucídides(séc. V a.C), que a descreveu como uma ilha deserta e como local onde uma frota ateniense de 50 navios provenientes das ilha de Zakinthos, ancorou temporariamente durante uma noite, durante o sétimo ano da Guerra de Peloponeso( 434-401 a.C). No dia seguinte a frota derrotou os espartanos em Pilos.
De acordo com a tradição local, a ilha foi uma base naval e um refúgio de piratas, cruzados e serracenos, que ali teriam escondido tesouros. O pirata mais célebre a usar essa ilha foi Mania tis Katoulias.
Para mim essa ilha tem um grande valor sentimental  porque me remete a muitas histórias contadas pelo meu pai.
Dizia que na hora em qua a cidade toda ia descansar após o almoço, hábito dos europeus em geral, as crianças corriam  para o mar. Meu pai dizia que pegava a tina de madeira, onde minha avó lavava roupas e a usava como barquinho. Muitas vezes iam até a ilha de Proti.
A minha avó escondia as roupas do meu pai para que ele não saísse mas, para que roupas?, ele saia nú mesmo. Duro era voltar antes que a cidade despertasse e entrar pé ante pé para não ser surpreendido pelos pais.

Hoje , essa ilha  é frequentada por turistas e pessoal da região por ter uma prainha maravilhosa, de águas límpidas e um cenário de tirar o fôlego.

Agora minha missão é levar as cinzas do meu pai e deixá-las entre Marathopolis e a Ilha de Proti, mar onde ele tantas vezes nadou e que ele amava muito.













segunda-feira, 26 de setembro de 2016

PETIMEZI- melaço feito de uvas





Petimezi-características e receita

Trata-se de uma espécie de xarope  viscoso(melaço) feito através da fervura do mosto de uvas.
Na Grécia as famílias costumam preparar e armazenar em vidros para ir consumindo durante o ano.
Não contém conservantes, corantes ou açúcar.  Pode ser mantido durante muito tempo sem refrigeração.
Reúne vários ingredientes terapêuticos da uva.
Pode ser consumido pela manhã em pequena quantidade para dar mais energia: excelente fonte de ferro que ajuda na anemia, faz bem para garganta, tem função calmante e até é um anti-depressivo.
Na culinária é usado para marinar, para temperar saladas com molhos agridoces e alguns molhos.
Também usado nas confeitarias para adoçar, nos iogurtes, para fazer xaropes que são usados nas nossas deliciosas Tiganites(espécie de bolinhos de chuva).
Trata-se de um elixir viscoso escuro que tem adoçado o palador do homem  através dos anos.
Esse melaço é feito por fervura de uvas. É encontrado em várias regiões da Grécia, onde as pessoas produzem seu próprio vinho
Na cozinha moderna, o petimezi , antigo adoçante, teve um renascimento. Seu uso se estende
Além do reino da pastelaria , em pratos com carne, peixes e vegetais.
Esse melaço age como conservante na cozinha rústica, especialmente em doces de berinjela e abóbora. O xarope também é adicionado ao pão torrado e em panquecas.

Para fazermos dois litros de petimezi, precisamos de 5 litros do mosto de uvas e pão amanhecido.
Colocamos o mosto numa panela grande e adicionamos o pão.
Deixamos em fogo bem baixo. Quando começar a ferver, retiramos essa espuma da fervura superior com uma colher grande e jogamos fora. Repetimos isso até os 5 litros se tornarem dois.
Surgirá uma mistura viscosa e pegajosa com uma densidade semelhante ao mel.
Deixe esfriar na panela e depois armazene em potes de vidro, guardando-os em local fresco e escuro.



FONTE: Allotropon.gr.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O comprador de feira



Você conhecia essa nova ocupação?
Pois sim, os criativos sempre dão um jeitinho de ganhar seus trocados de um jeito digno e honesto.
Há uma feira livre do lado da casa da minha mãe. Ela adorava ir comprar as frutas e verduras mas com a idade avançada, fica muito cansativo. Arrumou um moço que fica na feira e faz as compras para quem pede. Ele sabe das coisas e conhece as melhores frutas, verduras e legumes.
Super honesto, sabe comprar tudo do melhor, pesquisa preços e traz o troco direitinho. Daí ele aceita o que a pessoa quiser dar como gratificação.
Minha mãe aderiu e sempre o gratifica bem.
Admiro pessoas assim que encontram saídas em tempos de crise como o que vivemos no Brasil atualmente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Anjos de Branco


      Acompanhando um ente querido, vivencio dias e mais dias da rotina de
um hospital entre UTIS, quartos, salas de observação, elevadores,
corredores...
      Confesso que tiro lições a cada instante e valorizo pequenos detalhes
que passariam despercebidos no dia- a-dia normal.
Quero enaltecer o trabalho da enfermagem, dos técnicos de enfermagem,
médicos plantonistas
,fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, cozinheiros, ajudantes ,
responsáveis pela limpeza ,maqueiros etc.
Homens ou mulheres, tanto faz. Afinal , dizem que anjos não tem sexo.
Mesmo com certas carências, esse pessoal se supera, sempre dá um
jeitinho para tudo.
Como se trata de um hospital em que a maioria dos frequentadores é de
idosos, o carinho, a atenção, a paciência e o acônchego são primordiais .
O que mais ouço é: " como está meu amor"? "Vamos logo melhorar para
ir para casa"?
Muitas vezes , as enfermeiras acabam de trocar a cama e o paciente suja
tudo.
Elas, com toda boa vontade, voltam, trocam tudo novamente numa rotina
que para mim parece um sacerdócio. As madrugadas são longas e o entre
e sai desses anjos de branco é constante, atendendo aos chamados,
cuidando para que tudo saia da melhor forma possível.
A cada seis horas mudam os plantões e chega a nova turma de branco.
Tento decorar e chamar cada um pelo nome, toda vez que peço algo ou
agradeço. São Ednas, Elisângelas,Vânias, Julianas, Denises,
Suelenes,Thiagos, Robertas, Reginaldas, Evertons, Jeffersons,
Cyntias, Desirées, Fernandas e tantos outros.
Cada um dando o melhor de si e as mulheres dando show.
Sexo frágil? Só se for fora do hospital. São muito mais dinâmicas, fortes,
determinadas , provedoras de lares. A maioria vem de bairros distantes
mas chegam sorridentes e prontas para dar o melhor de si.
      Aplaudo muito, mas muito mesmo esses anjos de branco que nos
trazem alento, conforto e esperança.
Esses sim mereceriam excelentes salários e melhores condições de
trabalho.
Com certeza esses seres têm uma ligação direta com o " sagrado".
Agradeço por tudo a cada instante , compreendendo que as falhas fazem 
parte e nem sempre dependem deles e delas




terça-feira, 2 de agosto de 2016

Spyros Louis, vencedor da primeira maratona da Era Moderna em Atenas



Considerei  bem interessante, por estarmos em tempos de Olimpíada, falar sobre esse primeiro vitorioso de uma maratona da Era Moderna. Baseei-me no texto muito rico do site abaixo. Traduzi da melhor forma para facilitar a compreensão.
Fonte: http://www.iefimerida.gr/
Faltava um minutos para as 17 horas. O calendário mostrava 29 de marçode 1896 ( 10 de abril pelo calendário gregoriano), quando o corredor Spyros Louis adentrou o Estádio Panathinaico, terminando em primeiro lugar , a primeira maratona realizada nos primeiros jogos olímpicos modernos.
Milhares de espectadores assistiam e aplaudiam. O Rei George e o príncipe Costantino correram para cumprimentá-lo e presenteá-lo.



Duas horas, 58 minutos e 50 segundos  antes, Spyros iniciou, com outros 16 atletas( 12 gregos e 4 estrangeiros) a competição.
A idéia do renascimento da maratona veio do francês Michel Breal , entusiasmado com o grego Fidipidis da antiguidade. Introduziu então a maratona nos primeiros jogos olímpicos da Era Moderna em 1896, em Atenas.
A vitória do Spyros Louis foi tão espetacular que logo tornou-se herói nacional.
Talvez ele nunca tivesse essa glória não fosse o incentivo do coronel  Papadiamantopoulos e , como dizem muitos, os olhos de uma mulher.
Louis  nunca fora atleta tampouco corredor de longas distâncias.
Nascido em Maroussi, Atenas,em 12 de janeiro de 1873, de uma família humilde de agricultores, sua função era carregar água para ajudar os pais já que não existia sistema de abastecimento na região.
Quando serviu o exército, Spyros impressionara seus superiores com sua força e velocidade.
O coronel Papadiamantopoulos , que organizou as seleções preliminares, lembrou-se da grande habilidade de Spyros e convocou-o para correr.
Mesmo sem experiência alguma, o jovem aceitou o convite porque seria uma oportunidade de tentar a sorte e medir sua resistência. Isso lhe daria um status melhor para ser aceito como noivo de sua amada Helen Kontos.
Conseguiu seu intento, casou-se e tiveram três filhos (Panagioti, George e Nick.
Louis participou da segunda séries de eliminatórias e ficou em quinto lugar, o que lhe garantiu a entrada na corrida final.
O que ele costumava fazer anteriormente era correr ao lado do seu burrinho, carregando água, umas quatro vezes ao dia de Maroussi para Atenas.
 Seu talento fê-lo cobrir a distância de 40 km em menos de 3 horas, o que deu aos gregos uma primeira medalha de ouro.
O Rei George perguntou-lhe o que queria como prêmio. Ele respondeu que bastaria uma carroça com um burro para ajudá-lo a carregar água.
Dizem que recusou os outros presentes por serem muitos.
Após essa maratona, ele nunca mais correu. Viveu tranquilamente em Marousi, ao lado da família trabalhando como agricultor e depois como policial. Aparecia em alguns eventos de vez em quando. Isso fez com que muitos dissessem que ele roubara para vencer. Nada disso, porém, foi provado.
Em 1936, foi convidado pelo Hitler para comparecer  na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim.
Louis foi fotografado com Hitler e efereceu-lhe um ramo de oliveira, simbolizando paz numa Europa com tensão pré- guerra. Louis foi o único que se negou a levantar a mão para o cumprimento nazista.
Spyros morreu quase na pobreza em 26 de março de 1940, puco antes da eclosão da guerra entre Grécia e Itália.
O governo honrou-o dando seu nome em várias ruas e locais de esporte. O mais característico é o anel viário Spyros Louis que que cerca o estádio olímpico de Atenas.
O colete escuroe e foustanela branca com os quais ganhara a Maratona , encontra-se no Museu Histórico Nacional de Atenas.







 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

As esponjas da Ilha de Kalymnos na Grécia




Percorrendo as ilhas gregas, avistamos esponjas naturais à venda.
São originárias da Ilha de Kálymnos.  Essa ilha é famosa pela tradição de pesca de esponjas.
A relação do homem com as esponjas é muito antiga. Nossos antepassados já as usavam no banho e na limpeza das casas e espaços mais amplos.
Aristóteles já descrevia as espécies diferentes de esponjas, sendo a mais famosa e rara a“Achillion”, como era chamada. Por ter uma textura forte e densa era usada sob capacetes e caneleiras.
As esponjas são organismos vivos multicelulares com espinhos minúsculos.
São invertebrados marinhos pertecentes ao reino animal.
Há milhares de espécies, das quais umas 150 vivem em água doce, enquanto o resto vive em todos os mares do mundo. São divididas em domésticas e selvagens. Das comerciáveis, as de melhor qualidade estão no Mar Mediterrâneo. As espécies são variadas e dependem  do clima, da profundidade, da temperatura e formato. A forma varia de acordo com a idade da esponja.
Num primeiro formato, se assemelha a um copo e na fase adulta assemelha-se  a lâminas de ventilador.


A era de ouro da esponjas foi até 1986, quando  foram atacadas por uma doença que destruiu todas as zonas de pesca  do Mediterrâneo.
Falou-se até que havia ligação entre essa destruição e o acidente de Chernobyl.
Antes de 1986, a colheita de esponjas chegou a uma tonelada.
Nos anos 90, começou a haver uma recuperação dos campos de mergulhos mas, a partir de 2001, a doença reapareceu.
Ninguém sabe o que o futuro nos reserva em relação às esponjas.
Continuarão a existir ou virarão peças de museu?

Fonte: Esponjas, as lendas do Egeu de Papadakou
Fotos de Nikolaos Smalios



quarta-feira, 22 de junho de 2016

Que susto! Minha menina cresceu!



Sempre fui muito maternal e, desde cedo, adorava crianças, batizei várias e andava para todo canto com elas.
Por outro lado meu objetivo nunca foi casar-me cedo. Precisava estudar tudo que queria, viajar, preparar-me para depois ter a serenidade para encarar uma união , uma maternidade.
Até naqueles joguinhos de adolescência, em que precisávamos colocar a idade que desejávamos nos casar, eu era sempre a que colocava de 27 anos para cima. Coisa rara entre as minhas amigas.
Assim foi. Estudei tudo que senti vontade, viajei bastante, trabalhei e já na maturidade me casei e fui mãe. O casamento terminou mas o que restou é tudo de bom: minha filha!
Quando engravidei, muito tranquila, me perguntava como seria quando meu filho(a) tivesse uns 10, 15 ou 18 anos. Eu seria uma velha? Conseguiria acompanhá-lo(a)?
Os anos foram passando e eu sempre de perto, acompanhando cada passo, cada conquista, cada choro, cada febre da minha menina. Depois dela completar 5 anos, me separei do pai dela e a parada foi eu mais ela! Menina ativa, sempre envolvida no futebol, nas brincadeiras, fez com que fôssemos “freguesas” assíduas da ortopedia do Hospital S. Camilo. Lembro-me dela, sempre com espírito muito crítico e estilo justiceira, pegando o bloquinho onde pediam que deixássemos opiniões sobre os serviços do hospital. Com suas letrinhas ainda infantis, reclamava da cadeira de rodas, disso ou daquilo ou simplesmente elogiava.
Semana passada, ela agora com 18 anos, teve um mal estar e lá fomos nós para o S.Camilo.
Passamos pela consulta e a médica pediu que ela fosse medicada lá mesmo. Ficamos esperando e chegou a vez dela. Levantei-me rapidinho e na hora de entrar na sala de medicação, fui barrada. O segurança perguntou a idade dela . 18 anos? Não pode mais entrar acompanhada. Ela entrou sozinha e eu voltei murchinha para minha cadeira.
De repente caiu a ficha! Minha menina não era mais menina. Passou um filme pela minha cabeça. Me  emocionei. Percebi que o tempo fora bondoso comigo. Como sempre brinco, meus deuses gregos estiveram de plantão esse tempo todo me mantendo firme e forte para acompanhar o crescimento da minha filha.
Que bom, ela já deu alguns vôos altos e eu só na retaguarda.
Que voe bem mais alto, seja feliz e eu estarei por aqui assistindo, aplaudindo, acudindo quando necessário.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

PLATAMONAS- uma linda surpresa.





A Grécia é um celeiro de surpresas no quesito beleza.

Acabei descobrindo uma linda cidade à beira-mar, no sul de Pieria, Macedônia Central.
Como descobri essa cidade? Uma afilhada de minha mãe nascida no Brasil , hoje mora lá.Curiosa fui pesquisar à respeito e descobri que vale à pena conhecer Platamonas, cidade com uma população de uns 2 mil habitantes permanentes. Fica à leste do Município de Olympos. É considerado um dos mais importantes destinos turísticos do norte da Grécia.
Vemos que a beleza não existe apenas nas ilhas gregas mas também no continente.
Essa cidade situa-se na costa do Mar Egeu, 25 km a sudeste do Monte Olympus, próxima a Neoi Poroi (sudeste) e Neos Panteleimonas(noroeste). Fica a 33 km do sul de katerini e 43 km do nordeste de Larissa.
É conhecida por suas vastas fontes naturais e seus spas terapêuticos.
Está ligada a katerini e Larissa através do sistema de transporte de ônibus e trens rápidos.
Tem uma grande marina (porto) ,no centro. Com isso são oferecidos muitos passeios diários, desportos aquáticos, pesca e mergulho. Há hotéis em abundância, bares, restaurantes e cafés.
Localizada ao pé da Montanha de Olympus, é emoldurada pelo Castelo de Platamon.Fica fácil fazer excursões curtas para Chalkidiki e para as ilhas Sporades (Skiathos, Skopelos, Alonisos etc).

Durante o verão a população atinge uns 120.000 , muitos turistas vindos também de países do leste Europeu, bem como de cidades gregas.














quinta-feira, 26 de maio de 2016

Kotosoupa Avgolemono-Sopa de arroz e frango avgolemono



Chegando o inverno, nada melhor que uma sopinha quente à noite.
Não posso deixar de lembrar da minha mãe chegando da loja e indo, rapidinho ,
preparar uma sopa bem apreciada pelos gregos. O diferencial é sua cremosidade .
Passarei a vocês, passo a passo , o preparo dessa delícia.
Ingredientes para 4 a 6 pessoas:
- 1frango pequeno
- 6 xícaras de chá de água
-1/4 de xícara de chá de azeite
-1 cenoura pequena
-1 cebola pequena
- sal e pimenta
- 1/3 de xícara se chá de arroz
-1 ovo
-1/3 xícara se sumo de limão
- pimenta moída na hora

-um pouco de cebolinha fresca para finalizar o prato
Modo de fazer
Tirar a pele do frango, retirar os miúdos . Lavar bem o frango.
Colocar o frango numa panela grande e cobrir-lo com água.
Colocar para cozinhar e antes de ferver a água, retirar a espuma da superfície
Acrescentar o azeite, a cenoura, a cebola ,o sal e a pimenta.
Cozinhar até que o frango fique cozido e macio.
Tirar o frango e os legumes da panela com uma escumadeira e reserve.
Despejar o caldo em outra panela,passando- o por uma peneira fina.
Colocar para cozinhar e quando começar a ferver, adicionar o arroz e mexer bem.
Se desejar, colocar uns pedacinhos do frango e ferver até o arroz ficar ao ponto( mais ou menos 20 minutos).
Numa tijela, bater o ovo e acrescentar o suco de limão. Acrescentar duas ou três colheres da sopa, sempre batendo . Despejar tudo na panela com a sopa, mexendo vigorosamente . Moer um pouco de pimenta e acrescentar à sopa.Servir com o frango e os legumes.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

KASTORIA, MACEDONIA, GRÉCIA





 Dentre tantas histórias ou estórias como queiram, que meu pai costumava me contar, lembrei-me quando me falava sobre Kastoria.
Ele esteve servindo o exército, como tenente , naquela linda região. Me falava sobre o frio intenso no inverno, sobre como passaram a Páscoa assando os carneiros .
Kastoria fica localizada na Macedônia e é considerada uma das mais lindas e pitorescas cidades do país. É capital da província de mesmo nome.



Construída sobre um istmo, às margens do lindo lago Orestiada e rodeada por montanhas, é uma cidade de bairros antigos, ruas estreitas, mansões e igrejas bizantinas.
A cidade floresceu muito durante a ocupação turca, tanto culturalmente quanto economicamente, especialmente no século XVII. Depois  vieram os judeus que fizeram indústrias de peles ,dado o grande número de castores na região.
Infelizmente a população dos castores foi exterminada no século XIX.
Desde aquela época, o povo de Kastoria tem se dedicado a trabalhar com peles e bordados.
Ainda hoje a cidade possui grande número de lojas de pele e têxteis.
Kastoria tem mais de 70 igrejas bizantinas e pós- bizantinas, cujas paredes são ricamente cobertas de afrescos de qualidade excepcional. Há também maravilhosas mansões do século XVIII e XIX. Geralmente são casarões de 3 andares com grandes janelas e varandas fechadas. Interiormente são decoradas com madeira entalhada e afrescos.
Imperdível uma visita ao Museu folclórico de kastoria, que funciona numa antiga mansão de 500 anos que pertenceu à rica família Neranzis Alvazis.
É uma cidade especialmente bonita para ser visitada no outono e na primavera.
Em vários pontos , ao redor do lago, encontram-se tabernas, restaurantes, cafés  com uma linda vista. Há uma estrada de 9 Km que acompanha o promotório e o lago onde é o lar de muitos sapos, tartarugas e várias espécies de aves.
Há campings e também  hotéis de todas as categorias.
Chega-se à Kastoria, de carro, ônibus ou até avião, vindo de Atenas.