domingo, 25 de novembro de 2018

O mel de Taygetou



                                  O mel de Taygetou



Taygeto é uma cordilheira num dos pontos mais altos do  Peloponeso, sul da Grécia.
Dessa região, vem o mel de qualidade excepcional.
O mel de Taygetou é feito de muitos tipos de plantas, ervas e flores.
Mel de urze e abeto( espécie de árvore), além de outras variedades como tolmilho, mel cumara, sálvia e pinheiro.
É um produto absolutamente natural e de alto valor nutricional, que mantém suas propriedades por muito tempo.
Consiste em açúcares (70-80%), principalmente glicose e frutose, o que o torno uma fonte imediata e rápida de energia para o corpo.
Tem propriedades antioxidantes, antibacterianas e anti-inflamatórias.
Pode ser usado como substituto do açúcar, em doces, chá ou café.
Gregos utilizam muito o mel como parte integrante da dieta diária, combinada com um pouco de pão, iogurte, nozes ou como um toque nas saladas.
Importante que seja consumido com  moderação, já que uma pequena quantidade , já supre as necessidades do organismo.
Eu costumo saborear um iogurte grego natural, com frutas secas, inclusive nozes e esse mel maravilhoso, todas as noites. Dos deuses!

Esse acimafoi presente de uma prima de Mani, kalamata.



Fonte: kalamatagastronomy.gr

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Molho temático mediterrâneo com azeitonas e queijo feta



Encontrei uma receita saborosa de molho para salada, bem mediterrâneo, na verdade , bem grego já que contém queijo feta e azeitonas de kalamata(cidade do sul da Grécia).
A base do molho é azeite de oliva extra virgem e vinagre de vinho tinto. Os sabores que o acompanham incluem cebola roxa picante, alho, mel(para dar um toque de doçura) e orégano.
Pode ser usado nas saladas e também nos legumes grelhados ou assados. Ficarão fantásticos!
Ingredientes- para 16 porções
3 colheres de sopa de azeite extra virgem
3 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto ou suco de limão
3 colheres de sopa da azeitonas de Kalamata picadinhas(substitua por outras de não tiver as de kalamata)
3 colheres de sopa de queijo feta esmagado
2 colhes de sopa de cebola roxa picada
1 dente de alho picado
1 colher de sopa de mostarda dijon
1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de orégano
Sal e pimenta a gosto
Modo de fazer
Misture tudo, mexa bem e saboreie


Fonte:closetcooking.com

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O Mercado Municipal de Kalamata



Toda vez que chego à kalamata, cidade natal de minha mãe, sei exatamente onde ir buscar produtos típicos da região.
Trata-se do Mercado Municipal de Kalamata.
Durante a semana existem alguns boxes permanentes de produtos variados: açougues, peixarias, mercearias etc.
Às quartas-feiras e aos sábados, produtores de todas as partes de Messinia chegam de manhã e montam suas bancas em lugares que lhes são permitidos.
É muito bonito ver a variedade de produtos agrícolas que se juntam aos já existentes boxes.
Nesse Mercado encontramos verduras, legumes, frutas, ervas e chás da Montanha Taygetos, castanhas, nozes, batatas, uvas, morangos e um mel maravilhoso!
Claro que meu box preferido é o dos queijos, azeites, azeitonas. Incomparáveis são as azeitonas de Kalamata que vêm dentro do azeite.
Num box, encontrei uma senhora simpática, com aqueles olhos negros das mulheres da região. Saí carregada de loukoumes( recheados com amêndoas), de sabores variados, pastelia, chá da montanha.
Entre os corredores, avista-se senhoras idosas, vendendo produtos de suas hortas caseiras. Isso tocou a mim e à minha filha porque se via que necessitavam vender algo para sobreviver. Os aposentados que moram na área rural, completam a aposentadoria dessa forma.

Fonte: greekgastronomyguide.gr









quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Tendências suicidas podem ter fator genético?






Sempre tentei estudar a respeito e notei, em determinada família conhecida, que realmente podem existir fatores genéticos que levam à tendência suicida e ao suicídio de fato. Houve dois suicídios de irmãos em fases diferentes da vida. Sinais não mostravam que isso pudesse vir a acontecer.
Sempre nos perguntamos os porquês de alguém ir até esse ponto de tirar a própria vida.
Segundo um artigo publicado no jornal especializado “Archives of general Psychiatry”, os cientistas já nos dão uma resposta para parte dessa pergunta. A tendência suicida pode sim ser determinada pelo DNA.
Foram estudados 394 pacientes diagnosticados com depressão, incluindo 113 que tentaram suicídio. O DNA desses pacientes foi comparado com os outros 366 pacientes saudáveis. A mesma equipe de pesquisadores coordenou um estudo complementar, envolvendo 1.600 alemães e afro-americanos, dentre eles, 270 tentaram suicídio.
Os cientistas, descobriram, após análise, uma mudança em cinco dos nucleotídeos(as letras do DNA) mais comum entre indivíduos que já tentaram suicídio. Esses nucleotídeos em particular afetam dois genes que estão diretamente associados à formação e ao crescimento do sistema nervoso e aí pode estar a chave da tendência suicida. Aqueles indivíduos que apresentavam três das mais importantes mutações detectadas eram 4,5 mais propensos a tentar o suicídio do que aqueles que não apresentavam essas mutações.
Segundo os pesquisadores, os resultados demostraram que o suicídio está mais ligado a fatores hereditários e genéticos do que a distúrbios psiquiátricos.

Fonte: Archives Of general Psychiatry.



sábado, 15 de setembro de 2018

A rústica e deslumbrante Mani (em Peloponeso)



Sempre ouvi falar de como as pessoas nascidas na região de Mani eram e são fortes, resistentes, duras na queda!
Meu pai costumava chamar minha mãe de maniata quando via o tanto que aquela mulher era guerreira. Forte fisicamente e psicologicamente .
Eu quis constatar o porquê disso tudo e fui, com minha filha, desbravar a região, conhecer os familiares, sentir aquele solo rústico, pedras por todos os lados, muitas oliveiras. Imaginamos o quanto pode ser difícil construir algo tendo que perfurar pedras.
Toda a região é constituída por cânions, cidades com castelos, cavernas, lagos e praias. A região de Mani é feita de história e de pedra.
A paisagem é árida, áspera. Casas reminiscentes com torres, assentamentos de pedra, igrejas bizantinas, pequenas enseadas e cavernas. Mani, uma sociedade fechada, organizada durante séculos.
Moradores nas encostas íngremes do sul da Montanha Taygetos e constantemente em guerra, os maniates desenvolveram um forte senso de autonomia. O que o visitante vê hoje é o que ele está autorizado a ver.
Que cada  visitante saiba sugar da magia desse lugar!



Vale à pena observar as torres que existem nessa região. Só nessa região se vê um espetáculo tão imponente.. Volumes de pedras resistentes, erguendo-se na terra.Ficavam no alto para ter poder defensivo. Construções próprias para enfrentar batalhas, sem janelas, poucas aberturas.
Por toda  Mani, encontramos construções byzantinas, principalmente igrejas. Geralmente são pequenas, humildes. Monumentos de beleza e fé.
A maioria tem enorme valor arquitetônico e visual.



A aldeia de Vathia é um aglomerado de imponentes torres. O   assentamento é distinguido pela sua beleza e é um monumento à tradição arquitetônica de Mani.



Nessa região também chegaremos às Cavernas de Diros.
Trata-se de um rio  subterrâneo nas rochas. Atmosfera impressionante, formas e cores incomparáveis  que beiram à  perfeição.Os espeleólogos acreditam que as cavernas de Diros estão entre as mais importantes do mundo.





Descendo de Aerópolis para o mar, encontramos Limeni, vila costeira de beleza indescritível, em que há várias casas e torres magníficas, bons reataurantes e pousadas.



Há ainda uma sequência de curiosidades nessa região tão
 singular.
Para percorrer essa região, as estradas são cheias de curvas, paisagens estonteantes. Eu” morri” de medo mas não poderia deixar de desbravar tanta beleza com  tamanho significado.

Fonte: discovergreece.com e “nosso olhar” cuidadoso e amoroso!

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Por que as casas das ilhas gregas não possuem telhados?



Foi-me perguntado qual o motivo das casas nas ilhas gregas não possuírem telhados.
Das várias explicações que pesquisei, transcorrerei sobre a que me pareceu mais sensata . Baseei-me numa explicação de um arquiteto grego que apenas aparece como Nick de Atenas. Esse responde a esse questionamento no Tripadvisor.
Tentarei traduzir de uma forma mais simples, já que está em inglês.
Na maioria das ilhas gregas, como é o caso de Santorini, há basicamente dois modos de fazer um teto :  fazendo cúpula com pedra ou um terraço nivelado onde as pessoas podem pisar.
Esse fato diz respeito a razões de construção.
Cúpula é uma das primeiras formas estruturais trabalhadas arquitetonicamente na pedra. As cúpulas esféricas são usadas na Grécia desde 5800 a.C. Os gregos , por volta de 1.500 a.C trabalhavam muito com cúpulas esféricas e piramidais. Deram como herança essa técnica aos romanos que criaram arcos e outras coisas usadas até hoje.
Por que fazem cúpulas?
Porque é o jeito mais fácil de fazer um teto quando a única coisa que você tem ao seu redor são pedras, como matéria prima.É o mesmo raciocínio dos esquimós que fazem seus igloos com o que possuem ao redor:neve, gelo. Boa qualidade de madeira é rara nas ilhas como também argila para fazer telhas. Pedra, algumas madeiras mais leves é o que existe em abundância por lá, portanto, através dos séculos , é válido esse tipo de construção.


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Museu Folclórico de Folegandros



 Por passagem pela ilha de Folegandros, minhas amigas, minha filha e eu, resolvemos conhecer o Museu Folclórico, indicação do recepcionista do hotel.



Perdidas pelas estradinhas montanhosas de Folegandros, com aquelas paisagens exuberantes, avistamos uma casinha de pedra.
Fomos até ela e ,por sorte, encontramos o senhor que cuidava de tudo, uma espécie de zelador. Para visitar esse museu, há que se marcar visitas com uma guia mas, para nossa sorte, o simpático senhor nos atendeu, abriu a casa e explicou, com muito orgulho e sabedoria, cada detalhe.

Na verdade, trata-se de uma casa, com todos utensílios, roupas, móveis de tempos passados. Tudo bem conservado, muito simples e, por isso, emocionante. O que mais valeu foi a alegria do senhor por poder mostrar tudo que ele tão bem conhecia e detalhes do que foi sua própria vida.
Quem passar por essa ilha linda, encantadora, visite esse micro museu folclórico mas com tanta história e romantismo. Através das fotos , vocês terão uma idéia.











segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Por que as casas são brancas nas ilhas gregas?



Muitos me perguntam o porquê de as casas serem brancas nas ilhas gregas.
Diante de várias explicações, falarei sobre algumas que me pareceram bem convincentes e realistas.

Em 1938, Metaxas, então primeiro ministro da Grécia, ordenou que todas as casas das ilhas fossem pintadas com cal como proteção contra a cólera, que assolava o país na época. O calcário era considerado um poderoso desinfetante, já que o cloro ainda não fora difundido.
Em 1955, a rainha Frederica, apresentava ao Karamalis como propaganda das ilhas gregas, uma fotografia da ilha de Myconos com casinhas muito bem conservadas onde habitavam burgueses estrangeiros e cosmopolitas. A imagem do branco , a cor da pureza combinado com o azul do céu e do mar, tornou-se marco da época.
Mais tarde os moradores locais mantiveram suas casas sempre branquinhas usando cal para protegê-las dos raios de sol durante os meses de verão intenso, mantendo uma temperatura amena no seu interior. O cal também era usado para matar os micróbios. 
Razões psicológicas também influenciaram e influenciam nessa questão: a luz, a claridade trazem otimismo, paz, serenidade, pureza.

  



A decoração externa dessas casinhas são as 
flores, sempre 
presentes.






Fonte: Infokids.gr

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Monumento ao Soldado Desconhecido em Atenas






O Monumento ao Soldado Desconhecido está na frente do muro que circunda o Parlamento Helênico. Nesse ponto, a parede é esculpida na representação de um soldado morto e é cercada por trechos do famoso Epitáfio de Péricles.
O mural esculpido é uma obra de Kostas Dimitriadis e representa um soldado morto do século 5 aC, que caiu lutando no templo de Aphaia em Aegina. À esquerda e direita do soldado estão gravados os nomes de todas as batalhas históricas em que lutaram soldados gregos. É uma das principais atrações em Atenas.
A inauguração do monumento ocorreu em 25 de março de 1932.
O monumento é guardado 24 horas por dois “Evzones”, membros da Guarda Presidencial, uma unidade especialmente eleita do exército grego.

EVZONES TAMBÉM CHAMADOS TSOLIADES
O corpo dos Evzones( que significa bem vestido) foi criado pelo rei Otto para ser a guarda pessoal da família real. Seus uniformes são baseados nos trajes tradicionaia do século 19 dos gregos do sul da Grécia. O barrete vermelho simboliza o derramamento do sangue na revolução de 1821 contra os turcos. As franjas pretas simbolizam lágrimas dos gregos durante a ocupação turca e as 400 pregas da saia significam os 400 anos de escravidão .

MUDANÇA DA GUARDA
A cada hora, os evzones realizam a famosa “troca de guarda” na praça Sintagma, em frente ao Monumento ao Soldado Desconhecido. Dois jovens guardas saem do seu quartel na Avenida Vassilissis Sofias e se encaminham para o Monumanto ao Soldado Desconhecido para tomar a posição dos seus colegas. Há todo um lindo ritual, com movimentos precisos, um verdadeiro espetáculo. Nos dias normais da semana essa troca dura 15 minutos.
Aos domingos, às 11 horas, a cerimônia de mudança da guarda é tão elaborada que uma multidão se reúne para assisti-la.






Fonte: www.athenshappytrain.com

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Panacota ou panna cota




Como eu disse em publicação anterior, os restaurantes gregos tem oferecido alguns agrados após as refeições. Um deles é oferecer a panacota.
É uma sobremesa típica da região da Itália chamada Piemonte, elaborada a partir da nata do leite, açúcar, gelatina e especiarias, especialmente canela. Geralmente consome-se com alguma compota ou fruta fresca. Na Grécia eles acrescentam por cima, vicino, kidoni ou outra compota ou doce de colher.
Abaixo segue uma receita de panacota com apenas cinco ingredientes, 
Que encontrei no site queen.gr.
Ingredientes
- 40 ml de leite
- 7 folhas de gelatina
-600 ml de creme de leite
-1/3 de xícara de chá de açúcar
-baunília

Modo de fazer
1.     Em uma tijela com água fria coloquel as folhas de gelatina para amolecerem
2.     Misturem o leite, o creme de leite a baunília e o açúcar num a panela e deixem cozinhar lentamente até a mistura ficar maia firme. Tirem do fogo.
3.     Tirem as folhas de gelatina da água, acrescentem-na á mistura.
4.     Coloquem em potinhos e levem ao refrigerador para endurecerem.
5.     Desenformem
6.     Se desejarem acrescentem alguma compota, algum doce de colher.


  Fonte da receita: greece.gr


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

O "agrado" grego!


                                                         

      Tenho constatado nas duas últimas vezes que estive na Grécia, o quanto os serviços melhoraram, principalmente nas tavernas, restaurantes e cafés. Até nos serviços de praia, as coisas melhoraram muito.

Acredito que tudo isso advém da grave crise que assolou o país. Isso faz com que o turismo seja a maior fonte de renda para muitos, sejam lojistas, donos de restaurantes e serviços em geral.
Os gregos perceberam que o melhor cartão de visita é o “tratamento” que dão aos turistas e mesmo aos seus cidadãos.
Exceções existem, com certeza, mas , são mínimas.
      Nos meses de junho e julho últimos, estive com amigas e minha filha na Grécia, passando por Atenas, 5 ilhas e outras cidades do continente.
Nos restaurantes e tavernas , nos encantamos com a delicadeza de sempre nos oferecerem algo após nossa refeição: frutas de época, uma bebida digestiva , um doce...  Perguntavam, na maioria das vezes se aceitávamos esse agrado e noutras traziam direto.
Era sempre algo bem gostoso, na medida certa, sem exageros.
As frutas, em geral melancia e melão.


Os doces, muitas vezes, uma panacota, um iogurte com mel ou um doce típico da região. Uma bebida digestiva também nos era servida, muitas das vezes.
Trata-se de um agrado, muito bem vindo. 





     Uma delicadeza que não deve onerá-los mas que faz toda a diferença.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

SKAFIDA ou Skafidi



Era mais um dia quente no verão grego e nosso quinteto desbravava as ruelas de OIA em Santorini. Fome e sede já tinham nos atacado.
Procurávamos algum lugar para almoçar e descansar mas que não fosse aqueles restaurantes típicos para turistas.
Surge de repente num cantinho das escadarias, uma pequena taverna com umas 4 mesinhas. Foi lá mesmo que resolvemos ficar e tivemos muita sorte. Nada de luxo, apenas beleza na simplicidade.
Lá veio o rapaz, um dos donos desse mini restaurante familiar nos dando as sugestões deliciosas do dia. Fizemos nossos pedidos e enquanto aguardávamos , algo na parede me chamou a atenção! Imediatamente minha memória encontrou uma “SKAFIDA”, ou skafidi ou skafi.
Uma espécie de recipiente retangular que poderia servir para preparar a massa do pão que era o principal alimento na antiguidade grega. Não discorrerei sobre como isso era feito porque a minha memória chamou para o dia em que num inverno rigoroso, em Marathos, Grécia, em época em que ainda não havia energia elétrica, chuveiros e coisas do tipo, uma Skafida foi usada por minha tia para me banhar. Era assim que banhavam as crianças naquela época.
Meu pai contava que a Skafida servia como canoinha para ele e seus irmãos brincarem nas águas azuis dos mares da cidade. Aproveitavam a hora da sesta, logo depois do almoço, deixavam os pais adormecerem pegavam a skafida e se mandavam escondidos e nus. Nus sim porque a mãe lhes escondia as roupas para que não se aventurassem pelo mar.
Meu pai contava que, numa dessas vezes, eles demoraram a voltar e o pessoal da cidadezinha já se encontravam nos cafenios(cafés). Tiveram que ir pelos cantinhos, nús , e descobertos levaram aquela sova!
Em frente à cidadezinha de Marathos, existe uma ilha pequena chamada Proti. Era para lá que eles fugiam com a skafida até que fossem descobertos.


                      






















sábado, 26 de maio de 2018

"Recusa"- poema de Seferis




RECUSA- (Περιγιαλι το κριφο)

O lindo pequeno poema do nosso grande poeta grego Seferis “Αρνισι” , que significa Recusa ou Negação, conheci ouvindo-o musicado pelo maestro Theodorakis.
Encontrei duas traduções do poema: uma sem preocupação com ritmos ou rimas e outra respeitando o sentido, as rimas e a métrica. Nesse a tradução também é feita com liberdade.
Mostro para vocês a tradução poética, que, porém , na minha modesta opinião é falha ao dar um sentido diverso de algumas palavras.

Στο περιγιάλι το κρυφό                                          Na praia distante
κι άσπρο σαν περιστέρι                                         Branca como a garça(pomba)
διψάσαμε το μεσημέρι                                           Sol a pino e água                                    
μα το νερό γλυφό.                                                 Salobra torturante

Πάνω στην άμμο την ξανθή                                  Sobre a areia loura
γράψαμε τόνομά της                                           O nome dela escrito
Ωραία που φύσηξε ο μπάτης                                A brisa com atrito
και σβήστηκε η γραφή .                                        cada risco agoura

Με τι καρδιά, με τι πνοή,
                                       Que coração e alma                              
τι πόθους και τι πάθος                                         
E desejo e afeto
πήραμε τη ζωή μας· λάθος!                                 
Faz a vida- incorreto!
κι αλλάξαμε ζωή                                                    A vida se reforma.


Na minha tradução, menos poética, ficaria assim:
Numa praia escondida
E branca como uma pomba
Sentimos sede ao meio dia
Mas a água salgada

Sob a areia loira
Escrevemos seu nome
A brisa soprou
E apagou o escrito

Com o coração, com a respiração
Com tal afeto e tal paixão
Levamos a vida do jeito errado
E mudamos de vida


Esse pequeno poema de Seferis, muito popular em Chipre, acreditam alguns, ter sido inspirado numa bela costa de Chipre Konnos Praia Protaras, na costa oriental da ilha.
Apesar de todo amor e das ligações do poeta com Chipre , esse poema, em questão não foi nela inspirada, já que foi escrito muito antes de Seferis ter visitado a ilha. Seferis esteve pela primeira vez na ilha de Chipre em 1953. O poema foi escrito em 1931. O poema foi escrito após seu retorno de Paris, refletindo sentimentos de pessimismo e estados mentais difíceis deste período.Não estava satisfeito com seus estudos de Direito e também teve duas grandes desilusões amorosas. Esses detalhes encontramos no livro escrito pela sua irmã "Meu irmão C.Seferis".O poema inclui um dos temas preferidos de Seferis, a tragédia do homem, um homem que começou a vida com sonhos,com desejos, com paixão e, em dado momento percebe que sua vida foi um erro.Decide então mudar de vida.
Pode também ser interpretado como um poema de resistência.
Quando da morte de Seferis, em 1971,época da ditadura na Grécia, multidões acompanharam o funeral entoando essa linda canção. Apesar do nome do poema ser "Recusa"(Αρνισι), ficou perpetuado como "To perigiali to krifo".As interpretações do poema variam muito.
 Essa é a grandeza da poesia, sua polissemia, que atinge cada um de forma diversa.

Segue o poema lindamente musicado por Theodorakis que é um clássico .


SEFERIS

THEODORAKIS






 Theodorakis já idoso, interpretando sua obra  e mais duas primorosas interpretações.





Fonte de pesquisa:
people&ideas