Depois de ler um texto sobre esse
tema no livro “Todo Poder às
mulheres”(Esperança de Equilíbrio para o mundo), fiz alguns questionamentos e
concluí que muito do que se diz à respeito
da entrega total da mulher , quando ama, já não é verdade absoluta.
À partir de uma colocação de
Nietzsche, podemos refletir a respeito.
Segundo ele: “A mesma palavra
amor significa duas coisas diferentes para o homem e para a mulher. O que a
mulher entende por amor é bastante claro: não é apenas dedicação, é um dom
total de corpo e alma, sem restrição, sem nenhuma atenção para o que quer que
seja. É essa ausência de condição que faz de seu amor uma fé, a única que ela
tem. Quanto ao homem, se ama uma mulher, é esse amor que quer dela; ele está
portanto muito longe de postular para si o mesmo sentimento que para a mulher;
se houvesse homens que experimentassem também esse desejo de abandono total,
por certo não seriam homens”.
Ninguém duvida que , na maioria
das vezes , o amor e as relações afetivas
tenham maior valor na vida da mulher do que na do homem. Daí mora o perigo. Não me parece saudável que, em nome desse amor , a mulher esqueça de
todo o resto e se sacrifique de todas as formas. Dessa forma os homens acabam
acreditando que sempre que a mulher se apaixonar , se submeterá à sua vontade
lhe outorgando total poder sobre ela.
Vemos ainda hoje muitas mulheres
agindo dessa forma mas, felizmente, a coisa está mudando.
Mesmo dando grande valor ao amor,
a mulher já passa a preservar sua
individualidade, independência e capacidade de ação, de modo mais racional.
Da mesma forma, o homem que se
entrega mais aos sentimentos, às questões afetivas e ao amor, não deixa de ser
homem.
Segundo Marco Aurélio Dias da Silva,
médico,especializado em cardiologia e medicina psicossomática: "Os homens, no
auge das paixões, tendem a se comportar com maior arrebatamento do que as
próprias mulheres e, pela força dessa paixão, são capazes de esquecer todo o
resto. Mas é algo eminentemente transitório e que costuma durar até a sensação
de posse da mulher amada. E, mesmo durante o transe, a entrega não é total. O
que pode o homem apaixonado querer é
possuir, anexar, integrar a mulher amada em sua vida, e não dedicar a ela a
vida inteira”.
Isso costumava acontecer e ainda
acontece mas acredito que se o homem se sentir desobrigado a ser o “macho”,
puder ser mais livre, também será capaz a se entregar mais ao amor.
Talvez possamos vislumbrar um
futuro em que o homem poderá ser mais doce , ter menos sede de poder e mais
disposição à entrega.
Será esse um jargão apenas?
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