Durante toda a Antigüidade e até o final da
idade Média, a ciência não era separada da filosofia e, como a lógica era o
principal - se não o único - instrumento da ciência, a história da lógica se
confunde em muitos pontos com a história da ciência e da filosofia.
Natureza
e origens da filosofia:
A
filosofia é uma invenção grega e seu equivalente exato não existe em nenhuma
outra civilização a não ser na região mediterrânea. Não foi verdadeiramente
assimilada às culturas orientais e, reciprocamente, o pensamento filosófico
descendente da herança grega não pôde, ou ainda não pode, traduzir de modo
satisfatório as aquisições dos pensamentos orientais. Poderia se dizer que as
"categorias" destes "sistemas" de pensamento são
irredutíveis umas às outras, sendo até mesmo as noções de "categoria"
e de "sistema" aquisições especificamente gregas. A filosofia grega
não é um "ensaio balbuciante" como podem ser os conhecimentos
científicos da mesma época. Os grandes "sistemas" que apresenta não
são esboços que a filosofia moderna teria superado: Platão e Aristóteles são
tão atuais e interessantes quanto Kant e Heidegger . Isto explica em parte a
surpreendente vitalidade da lógica grega elaborada há 25 séculos e ainda útil
em nossos dias. Podemos sem exagero afirmar que a filosofia grega continha em
germe todo o desenvolvimento da filosofia ocidental; hoje em dia ainda, ela
modela a civilização do Ocidente e por ela toda a civilização moderna. Porque a
filosofia nasceu na Grécia no século IV antes de Cristo? deixando de lado as
razões geográficas, ironizadas por Hegel, e sobretudo o "milagre
grego" do qual falou Ernest_Renan, condições sociológicas e lingüísticas
explicam melhor o nascimento da filosofia grega: Por um lado, as cidades gregas
conheceram em boa hora uma vida política intensa onde a palavra era um
instrumento privilegiado para a conquista e o exercício do poder. Nesta
"civilização da palavra", as artes da linguagem: a lógica, a
dialética e a retórica, deviam encontrar um terreno privilegiado de
desenvolvimento. Por outro lado, a língua grega se prestava mais que qualquer
outra à expressão abstrata. Graças ao artigo, podia expressar facilmente
conceitos: o Bom, o Justo, etc., e graças ao verbo ser, podia exprimir ao mesmo
tempo existência (Sócrates é) e essência (Sócrates é um homem), e os atributos
do sujeito .(Sócrates é justo). O grego antigo permanece ainda hoje, com seu
decalque latino, a língua privilegiada para o estudo da filosofia.
Fonte:
http://philosophiagrega.no.comunidades.net
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