Refletindo sobre Homossexualidade
Os gregos consideravam a
homossexualidade uma coisa normal. Se um homem achava uma mulher atraente,
então não era surpreendente o fato de achar os garotos atraentes também e optar
por procura-los ativamente.
A situação
normal era a de que um homem mais velho (o erastes, que significa “amante”)
procurasse os carinhos de um rapaz mais jovem (o eromenos, ou o “amado”).
O lugar mais
comum onde esses relacionamentos aconteciam era a “palestra” no ginásio, onde
os homens adultos observavam os jovens
se
exercitando. Sendo esse o caso, apenas os aristocratas desocupados, com
bastante tempo disponível, poderiam ter relações homossexuais.
Esse breve
poema abaixo, escrito por Fânias, descreve o seu amor por um menino que estava
ficando mais velho para ser considerado um “eromenos” e ele mostra o quão
rapidamente esses relacionamentos chagavam ao fim.
“Por
Têmis e pelo vinho que me deixou levemente embriagado, o seu amor não vai durar
muito, Pânfilo. Já existem pelos em sua coxa, no seu rosto e mais adiante, em
outro lugar cobiçado. Mas um pouco da antiga fagulha continua lá, então, não
seja mesquinho, a oportunidade é amiga do amor”.
Isso não
quer dizer que os gregos não zombassem da homossexualidade; as peças de Aristófanes
são cheias de gracejos. Mas o seu desdém era especificamente reservado para os
homens que mantinham relacionamentos com outros homens de meia idade e aqueles
que mostravam qualquer sinal de afeminação. Procurar meninos atraentes era
totalmente aceitável; um homem maduro permitindo ser tratado como uma mulher ,
era outra coisa.
O amor e o
sexo entre as mulheres provavelmente acontecia regularmente na Grécia Antiga,
mas nunca era mostrado publicamente e havia poucos indícios. O relacionamento
mais famoso foi o da poetisa Safo (séc. VII a.C) vinda da ilha de Lesbos (dando origem ao termo “lésbica”). Safo
escreveu belos poemas sobre o amor e a deusa Afrodite, muitos deles podendo ser
interpretados como sendo tanto sobre homens quanto sobre mulheres, porém
sabemos pouco sobre a sua vida real. Os gregos não reconheciam Safo como
lésbica, apenas os leitores mais modernos.
Os poemas de
Safo são evocações maravilhosas dos tempos antigos em que viveu antes que os
gregos começassem a registrar sua história.
Fonte: "Os gregos Antigos para Leigos" ( Stephen Batchelor)
ótimo texto Anastácia
ResponderExcluirObrigada Paulo.
ResponderExcluirO brilhantismo apaixonante da escritora torna o texto suavemente doce. Parabéns...
ResponderExcluirObrigada Cleucemir.O texto não é de todo meu porque fui pesquisar à respeito.Porém transcrevi e quis passar para os leitores porque achei um importante registro histórico à respeito do homossexualismo.
ExcluirE depois veio o Cristianismo transformando tudo em pecado...
ResponderExcluirE as pessoas tornaram-se infelizes, pressionadas pelas religiões.
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