Lendo algo sobre Milton Nascimento, chamou-me a atenção a
seguinte afirmação dele:
“Depois do Brasil, o país que mais gosto de fazer shows é a
Dinamarca. Copenhague é incrível e os dinamarqueses são de uma gentileza que
vejo em poucas cidades europeias. Mas um dos meus lugares favoritos é
Christiania. É um bairro autoproclamado
autônomo e sustentável. Não tem prefeito, não tem eleição, funciona sem governo
e sem imposição de leis que controlem a organização social”.
Fui então pesquisar mais a respeito de um local assim tão
especial.
No coração gelado do capitalismo
europeu, na fria Copenhagen, Dinamarca, uma comunidade de 10 mil pessoas vive num
outro compasso.
A lenda da cidade-livre da Dinamarca é real: inspirada no Anarquismo, Christiania resiste há mais de 20 anos, inventando um jeito novo de conviver com os problemas da vida comunitária. Limpeza das ruas, rede de esgoto, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido e feito a partir de reuniões entre os moradores da cidade.
A lenda da cidade-livre da Dinamarca é real: inspirada no Anarquismo, Christiania resiste há mais de 20 anos, inventando um jeito novo de conviver com os problemas da vida comunitária. Limpeza das ruas, rede de esgoto, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido e feito a partir de reuniões entre os moradores da cidade.
Eles
se definem como uma comunidade ecologicamente orientada, com uma economia
discreta e muita autogestão, sem hierarquia estabelecida e o máximo de
liberdade e poder para o indivíduo. Uma verdadeira democracia popular direta,
onde o bom senso e o diálogo substituem as leis. No Brasil, poucos conhecem a
história da cidade-livre.
Christiania
começou a escrever sua história em 1971. Foi a partir das idéias de um jornal
alternativo, o Head Magazine, que um grupo de pessoas, de idades e classes
sociais variadas, decidiu ocupar os barracos de uma área militar desativada na
periferia de Copenhagen. Era o início de uma luta incansável contra o Estado.A
polícia tentou várias vezes expulsar os invasores da área, mas sem sucesso.
Christiania virou um problema político, sendo discutida no parlamento
dinamarquês. A primeira vitória veio com o reconhecimento da cidade-livre como
um “experimento social”, em troca do pagamento das contas de luz e água, até
então a cargo dos militares, proprietários da área. O Parlamento decidiu que o
experimento Christiania continuaria até a conclusão de um concurso público
destinado a encontrar usos para a área ocupada.
Em
73 houve troca de governo na Dinamarca e a situação de radicalizou: o plano
agora era expulsar todos e fechar o local. O governo decretou que a área seria
esvaziada até o dia 1º de abril de 1976. Na última hora, o Parlamento decidiu
adiar o fechamento de Christiania. A população da cidade-livre tinha se
mobilizado para o confronto com o Estado, mas a guerra não aconteceu. O dia 1º
de abril tornou-se o dia de uma grande manifestação da Dinamarca Alternativa.
Ao longo dos anos, a cidade-livre aprimorou sua autogestão: casa comunitária de
banhos, creche e jardim de infância, coleta e reciclagem de lixo; equipes de
ferreiros para fazer aquecedores a lenha de barris velhos, lojas e fábricas
comunitárias de bicicletas.
CASA DE VIDRO
LEIS COMUNS
FONTE:ANARQUISTA NET.
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