segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

GPS NO PACOTE


Hoje me veio à mente um fato engraçado que levou a outro mais engraçado ainda.
Falando sobre armas,lembrei-me do meu pai.Há anos atrás,como ele costumava passar vários meses no sítio, resolveu comprar uma arma.Tudo legalizado na época.
Eu sempre fui medrosa com armas.Certa feita,fiz até um curso de tiro na Academia de Polícia mas não me dei bem.Nunquinha que eu acertaria bem no alvo, dada a tremedeira por segurar uma arma. Fiz o curso após ter passado por um assalto em casa e por sequestro de familiar próximo.Concluí que não era para mim.
Preciso contar para vocês onde meu pai guardava a arma no sítio.Parece uma piada .A arma ficava dentro de uma caixa, sem as balas e,não bastasse isso,a caixa era amarradinha com barbante e ficava na parte alta do armário do quarto dele.Imaginem se ele tivesse urgência em se defender...
Um fato mais hilário aconteceu na última vez que eu e minha filha estivemos na Grécia.
Certo dia, fomos até o centro de Halandri,bairro delicioso de Atenas, encontrarmos com nossa amiga Alda. Após um delicioso almoço e uma tarde de compras e muitas risadas, resolvi tomar um taxi  de volta para onde me hospedo em Atenas:bairro Melissa, bem próximo a Halandri.
Coisa difícil em Atenas é achar taxi na hora do rush,no finalzinho da tarde.
De repente eis que surge um taxi...Alegres eu e a minha filha corremos e deparamos com uma figura singular: O motorista mais parecia um pescador de alguma ilha perdida  da Grécia.Na cabeça,portava aquele tipo de boina de pescador, um sotaque bem Horiatiko= caipira e todo cheio de boas intenções.
Quando entramos e eu disse o endereço a ele, percebi que ele não era da região e não tinha a mínima idéia de como chegar ao local. Perguntei se ele tinha GPS. Pasmem,ele tinha GPS.Era um motorista caipira moderninho.Ué...eu pensei,cade o GPS?
Ele iniciara a corrida ,o que me fez pensar que ele tivesse alguma idéia de onde nos encontrávamos.Sonho meu !
Ele parou, abriu o porta-luvas, tirou um saco de plástico quase lacrado com montes de elásticos.Começou a tirar elásticos,desenrolar plásticos e heis que surge o tal do GPS.
Que alívio, pensei...Ilusão! Logo ele nos perguntou se sabíamos mexer com o GPS. Eu sabia mexer com nossos GPS aqui de Sp e bem mal,aliás.Sempre brigo e discuto com meu GPS.
O homem saiu com o taxi e foi parando quando via alguma pessoa e perguntando, com a cabeça fora da janela:"-Você sabe usar um GPS, pode me ajudar?".Eu não sabia se ria ou se chorava porque já havia escurecido e eu ,acostumada com os perigos de S.Paulo ,comecei a ficar apavorada e a minha filha idem.O taxista ficou dando voltas e mais voltas em círculos e nada de eu ver alguma rua conhecida...Nessas horas parece que o povo some ou se esconde Não achávamos uma alma caridosa que pudesse nos indicar a direção certa.
Sem brincadeira, acho que levamos umas duas horas para um percurso de no máximo 15 minutos. Só conseguimos chegar porque surgiu não sei de onde um "espírito" iluminado que
ensinou o caminho ao nosso taxista "coisa rara".
Quando finalmente chegamos ao nosso destino,super aliviadas, perguntei quanto devia.Deu uma pequena fortuna.O coitado,muito sem graça, disse que não cobraria tudo aquilo porque foi culpado.
Eu estava tão aliviada que paguei a pequena fortuna, toda feliz, ao taxista.

Depois, pensando com calma, percebi que meu pavor vinha  da situação que vivemos aqui no Brasil.Pensei que o cara pudesse ser um bandido,que nos levaria a algum lugar para nos assaltar.Que nada,era apenas o motorista  do GPS no pacote.

Pensem em uma figura dessas:

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