Hoje me veio à mente um fato engraçado que levou a outro mais engraçado ainda.
Falando sobre armas,lembrei-me do meu pai.Há anos atrás,como
ele costumava passar vários meses no sítio, resolveu comprar uma arma.Tudo
legalizado na época.
Eu sempre fui medrosa com armas.Certa feita,fiz até um curso
de tiro na Academia de Polícia mas não me dei bem.Nunquinha que eu acertaria
bem no alvo, dada a tremedeira por segurar uma arma. Fiz o curso após ter
passado por um assalto em casa e por sequestro de familiar próximo.Concluí que
não era para mim.
Preciso contar para vocês onde meu pai guardava a arma no
sítio.Parece uma piada .A arma ficava dentro de uma caixa, sem as balas e,não
bastasse isso,a caixa era amarradinha com barbante e ficava na parte alta do
armário do quarto dele.Imaginem se ele tivesse urgência em se defender...
Um fato mais hilário aconteceu na última vez que eu e minha
filha estivemos na Grécia.
Certo dia, fomos até o centro de Halandri,bairro delicioso
de Atenas, encontrarmos com nossa amiga Alda. Após um delicioso almoço e uma
tarde de compras e muitas risadas, resolvi tomar um taxi de volta para onde me hospedo em
Atenas:bairro Melissa, bem próximo a Halandri.
Coisa difícil em Atenas é achar taxi na hora do rush,no
finalzinho da tarde.
De repente eis que surge um taxi...Alegres eu e a minha
filha corremos e deparamos com uma figura singular: O motorista mais parecia um
pescador de alguma ilha perdida da
Grécia.Na cabeça,portava aquele tipo de boina de pescador, um sotaque bem Horiatiko=
caipira e todo cheio de boas intenções.
Quando entramos e eu disse o endereço a ele, percebi que ele
não era da região e não tinha a mínima idéia de como chegar ao local. Perguntei
se ele tinha GPS. Pasmem,ele tinha GPS.Era um motorista caipira moderninho.Ué...eu
pensei,cade o GPS?
Ele iniciara a corrida ,o que me fez pensar que ele tivesse
alguma idéia de onde nos encontrávamos.Sonho meu !
Ele parou, abriu o porta-luvas, tirou um saco de plástico
quase lacrado com montes de elásticos.Começou a tirar elásticos,desenrolar
plásticos e heis que surge o tal do GPS.
Que alívio, pensei...Ilusão! Logo ele nos perguntou se
sabíamos mexer com o GPS. Eu sabia mexer com nossos GPS aqui de Sp e bem
mal,aliás.Sempre brigo e discuto com meu GPS.
O homem saiu com o taxi e foi parando quando via alguma
pessoa e perguntando, com a cabeça fora da janela:"-Você sabe usar um GPS,
pode me ajudar?".Eu não sabia se ria ou se chorava porque já havia
escurecido e eu ,acostumada com os perigos de S.Paulo ,comecei a ficar apavorada
e a minha filha idem.O taxista ficou dando voltas e mais voltas em círculos e
nada de eu ver alguma rua conhecida...Nessas horas parece que o povo some ou se
esconde Não achávamos uma alma caridosa que pudesse nos indicar a direção
certa.
Sem brincadeira, acho que levamos umas duas horas para um
percurso de no máximo 15 minutos. Só conseguimos chegar porque surgiu não sei
de onde um "espírito" iluminado que
ensinou o caminho ao nosso taxista "coisa rara".
Quando finalmente chegamos ao nosso destino,super aliviadas,
perguntei quanto devia.Deu uma pequena fortuna.O coitado,muito sem graça, disse
que não cobraria tudo aquilo porque foi culpado.
Eu estava tão aliviada que paguei a pequena fortuna, toda
feliz, ao taxista.
Depois, pensando com calma, percebi que meu pavor vinha da situação que vivemos aqui no Brasil.Pensei
que o cara pudesse ser um bandido,que nos levaria a algum lugar para nos
assaltar.Que nada,era apenas o motorista
do GPS no pacote.
Pensem em uma figura dessas:
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