quarta-feira, 22 de junho de 2016

Que susto! Minha menina cresceu!



Sempre fui muito maternal e, desde cedo, adorava crianças, batizei várias e andava para todo canto com elas.
Por outro lado meu objetivo nunca foi casar-me cedo. Precisava estudar tudo que queria, viajar, preparar-me para depois ter a serenidade para encarar uma união , uma maternidade.
Até naqueles joguinhos de adolescência, em que precisávamos colocar a idade que desejávamos nos casar, eu era sempre a que colocava de 27 anos para cima. Coisa rara entre as minhas amigas.
Assim foi. Estudei tudo que senti vontade, viajei bastante, trabalhei e já na maturidade me casei e fui mãe. O casamento terminou mas o que restou é tudo de bom: minha filha!
Quando engravidei, muito tranquila, me perguntava como seria quando meu filho(a) tivesse uns 10, 15 ou 18 anos. Eu seria uma velha? Conseguiria acompanhá-lo(a)?
Os anos foram passando e eu sempre de perto, acompanhando cada passo, cada conquista, cada choro, cada febre da minha menina. Depois dela completar 5 anos, me separei do pai dela e a parada foi eu mais ela! Menina ativa, sempre envolvida no futebol, nas brincadeiras, fez com que fôssemos “freguesas” assíduas da ortopedia do Hospital S. Camilo. Lembro-me dela, sempre com espírito muito crítico e estilo justiceira, pegando o bloquinho onde pediam que deixássemos opiniões sobre os serviços do hospital. Com suas letrinhas ainda infantis, reclamava da cadeira de rodas, disso ou daquilo ou simplesmente elogiava.
Semana passada, ela agora com 18 anos, teve um mal estar e lá fomos nós para o S.Camilo.
Passamos pela consulta e a médica pediu que ela fosse medicada lá mesmo. Ficamos esperando e chegou a vez dela. Levantei-me rapidinho e na hora de entrar na sala de medicação, fui barrada. O segurança perguntou a idade dela . 18 anos? Não pode mais entrar acompanhada. Ela entrou sozinha e eu voltei murchinha para minha cadeira.
De repente caiu a ficha! Minha menina não era mais menina. Passou um filme pela minha cabeça. Me  emocionei. Percebi que o tempo fora bondoso comigo. Como sempre brinco, meus deuses gregos estiveram de plantão esse tempo todo me mantendo firme e forte para acompanhar o crescimento da minha filha.
Que bom, ela já deu alguns vôos altos e eu só na retaguarda.
Que voe bem mais alto, seja feliz e eu estarei por aqui assistindo, aplaudindo, acudindo quando necessário.

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