Aquela mulher alta, bonita, acaba de sair de uma consulta
médica com sua bebezinha de meses.
Imigrante, recém chegada, mal sabe se comunicar e já tem que
digerir um diagnóstico assustador que um médico, de um posto qualquer, arriscou
dar sobre sua filhinha.
Seria uma paralisia infantil ?
Sai ela desesperada, com sua filha febril no colo e toma o ônibus de volta para casa.
Ônibus lotado e ela se equilibrando com a filhinha quando
sente um sujeito encostar nela.
Se não bastasse, passa a mão nela. Como pode, ela vai
desviando e o motorista observando pelo espelho retrovisor. Vai tentando ir
mais para frente e o sujeito insistindo...
Bastou! Ela pede que uma senhora segure sua bebezinha e
avança no homem. Por azar dele e sorte da moça, ele tinha barbas. Bem dito,
“tinha” já que ela começou a arrancar a
barba e dar um bom trato de arranhões e socos no abusado.
Pára tudo! Eis que o
motorista avista um posto policial numa praça e já para por lá mesmo.
O sujeito é levado e junto vai a moça com sua filha para a
delegacia.
O delegado ouve a história toda e se indigna. Manda levarem
o causador do “reboliço”.
Como eu costumo dizer, sempre surge um anjo da guarda quando mais se
necessita.
Nesse caso foi o delegado. Comovido com a imigrante que mal
conseguia se comunicar, entendeu que a bebezinha estava doente e mandou que um
motorista a levasse ao seu médico particular imediatamente.
Como nada é por acaso, o médico constatou que se tratava
apenas de uma friagem nas perninhas da menina, deu algumas pomadas, mandou dar
uns banhos quentinhos e acalmou a mãe.
Passados alguns dias, surge o delegado na pensão, onde
morava a grega com seu marido e filhinha, para saber se tudo estava bem.
Marie, minha mãe, nunca se esqueceu dessa história e sempre reconta com detalhes, que minha filha
ama ouvir.
Como não ter orgulho de uma mulher dessas, cheia de atitude?
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