quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Doce de tomatinhos = Γλυκό κουταλιού.





Na Grécia é um costume fazermos doces de colher, como dizemos , Γλυκό κουταλιού.
Como falei em outros textos, os tomatinhos gregos são deliciosos, principalmente os da ilha de Santorini e Chios.
Abaixo lhes passarei uma receita de doce de tomatinhos.
Ingredientes:
-25 tomatinhos cereja
-1 kg de açúcar
-1/2 kg de amêndoas
-suco de limão
-água de cal
-baunilha.
Modo de fazer
Descasque os tomatinhos, faça 2 furinhos no fundo com palito para remover as sementes.
Lave-os e deixe-os de molho em água cal por uma hora.
Enxágue bem e coloque-os em uma peneira esperando secarem.
Coloque as amêndoas em cada tomatinho.
Coloque no fogo com água suficiente para cobri-los.
Deixe ferver em fogo médio até que a calda ferva. Quando estiver pronto, adicione suco de limão e baunilha.
Deixe esfriar bem e guarde-os em pote de vidro.


Tomatinhos de Chios






Quando falamos nos tomatinhos da ilha de Chios, remetemos à maneira interessante em que são conservados, pendurados como colares, para secarem ao sol.
Como surgiu tudo isso?
Na segunda metade do século XIX, os marinheiros gregos levaram as primeiras sementes de um tomate diferente para a Grécia. Esse tomate resistiu à seca extrema e rendeu uma fruta menor, com excelente sabor. Naturalmente espalhou-se por várias áreas do país, principalmente onde as chuvas não são constantes. Foi de grande serventia na Ilha de Chios onde os tomatinhos se tornaram fonte de alimentação.
É sabido o quão urgente era para as pessoas processarem seus produtos para que pudessem consumi-los ao longo do ano. Por isso secavam os tomates ao sol.
Uma viagem à Ilha de Chios é mágica e os tomatinhos pendurados são um símbolo da ilha. Os tomatinhos da ilha não são grandes, cultivados sem fertilizantes ou produtos químicos.
A maneira como penduram os tomatinhos nas paredes é simpes. Fazem um colar de tomates.
Os tomates são mantidos em local fresco e à sombra do lado de fora da geladeira durante o inverno. Não perdem o sabor.

Fonte: country-cooking.gr
bletsas.gr





quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Elemento Essencial da dieta Mediterrânea



Vocês hão de estranhar essa foto, logo de cara, ilustrando o título do meu texto.
  Simples: Esse verde todo que vocês vislumbram são oliveiras numa região de Peloponeso - Marathos, em Messinia.  São vários sítios particulares de famílias, com plantações de oliveiras, que lhes dão o azeite para consumo do ano todo.
  Filha de gregos, cresci ouvindo falar sobre os benefícios do azeite de olivas. Meu pai, que veio de uma família de produtores de azeite dessa região, logo pela manhã, tomava uma colher de azeite e eu estranhava o fato. Lá vinha ele com aquela conversa de grego de que azeite é remédio e faz bem à saúde.
  Sabe-se que o azeite de oliva possui um alto valor nutricional devido ao seu teor de gordura monoinsaturada. O único inconveniente do azeite de oliva, infelizmente, é o excesso de calorias que nos obriga a consumi-lo em menor escala.
  Na Grécia, as pessoas cozinham com azeite e só consomem outro tipo de óleo por recomendação médica ou para evitar o excesso de peso.


   Para desfrutarmos de um azeite de alta qualidade, é necessário todo um processo que começa com o cultivo orgânico das oliveiras, de modo natural sem intervenções colaterais sobre o meio ambiente. Os fertilizantes devem ser naturais e a lubrificação orgânica. As oliveiras não são regadas e crescem naturalmente sem intervenção artificial.

  Durante os meses de verão, as famílias providenciam a poda. Alguns o fazem pessoalmente. Ouve-se muito nessa época dizerem: “pame na cladepsume” = “vamos podar”. Com a vinda de imigrantes de países vizinhos (Albânia, Bulgária, Polônia e outros) passou-se a ter uma mão de obra barata o que fez com que esse trabalho de poda e também de colheita fosse, também, terceirizado.

                                                                            A poda

  A próxima etapa, a da colheita, deve ser feita manualmente com as azeitonas ainda não amadurecidas para obter um azeite de boa qualidade. Essa colheita varia de acordo com as regiões. Dá-se a partir do final de outubro até final de dezembro. Uns balançam as oliveiras para as azeitonas caírem, outros (como fazia minha mãe), batem com galhos até que elas caiam sobre um forro, no chão. Há também os meios mecânicos, as colheitadeiras.


A colheita

  Em seguida, armazenam-se as azeitonas em sacos ou em recipientes de madeira a fim de serem levadas para as fábricas e serem moídas (prensadas). Trata-se da terceira fase que é a da produção do azeite. Há todo um processo de lavagem das azeitonas. Em seguida são centrifugadas e, assim, ao final, será medida a acidez do azeite. É pesado e armazenado em recipientes de aço inoxidável.




              
                                                        (Prensagem e centrifugação)



  Para quem realmente gosta de azeite é importante saber da proveniência das azeitonas, do processo de produção do azeite, do armazenamento, do tempo que está armazenado e do nível de acidez.
  Uma das regiões onde se encontra o melhor azeite grego é kalamata, em Peloponeso, sul da Grécia, cidade Natal de minha mãe.
  Não é à toa que as azeitonas e o azeite são temas frequentes entre nós. De lá vem nosso azeite e azeitonas.  Até um ovo frito num azeite de qualidade fica um primor. Comum ver a salada grega (horiatiki) ou as verduras embebidas no azeite de oliva. Quem alguma vez não mergulhou seu pão no azeite? Dizemos “vouta to psomi” que significa “mergulhe o pão”. Imaginem batatas fritas no azeite de oliva... Tudo de bom e o aroma, irresistível!
  Basta usarmos do bom senso, consumirmos o azeite de oliva com moderação e nossa saúde agradecerá.