PAXIMADI
Em matéria de alimentação artesanal,
cada país tem suas tradições, para não dizer manias e produtos específicos.
Paximadi seria um pedaço de pão que foi
assado duas vezes para que expulse completamente seus líquidos, tornando-o duro
e capaz de ser guardado por muito tempo.
Originariamente, ele era concebido para os
tempos de escassez .
Duros e
densos, precisavam ser umedecidos a água ou no vinho
para serem
consumidos.
Na Grécia sempre há paximadia nas casas e
ficam deliciosas molhando e depois temperando com sal e azeite de oliva e de bruschetas. Minha mãe amava e manteve esse
costume para sempre. Enxarcana o paximadi com azeite e se esbaldava.
Em Creta, onde em algumas aldeias ainda se
faz pão com farinha de cevada, os paximadis (paximadia no plural em grego)têm
gosto muito muito particular . Às vezes são com anis, outras com colminho.
Quando
consumidos,” a boca guarda um gosto de húmus refinado, de pão de ervas
perfumado, de terra acre e delicada Creio que se os paximadia tivessem existido
na Creta antiga, certamente teriam sido depositados nos túmulos para servirem
de alimento aos defuntos durante a eternidade”.(Jacques Lacarrière).
Certa vez fui a Creta visitar um amigo e
levei duas amigas e meu irmão. Na sala em que nos recebeu, havia um pote com
paximadia. Uma das amigas experimentou um e, de tão duro, não conseguia comer e
foi um perrengue. Tem que saber como consumir!
Fonte:
trechos do artigo “Paximadi” de Jacques Lacarrière.
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