quinta-feira, 4 de maio de 2023

PAXIMADI

 



PAXIMADI






PAXIMADI

 

       Em matéria de alimentação artesanal, cada país tem suas tradições, para não dizer manias e produtos específicos.

       Paximadi seria um pedaço de pão que foi assado duas vezes para que expulse completamente seus líquidos, tornando-o duro e capaz de ser guardado por muito tempo.

     Originariamente, ele era concebido para os tempos de escassez .

Duros e densos, precisavam ser umedecidos a água ou no vinho

para serem consumidos.

     Na Grécia sempre há paximadia nas casas e ficam deliciosas molhando e depois temperando com sal e azeite de oliva e  de bruschetas. Minha mãe amava e manteve esse costume para sempre. Enxarcana o paximadi com azeite e se esbaldava.

     Em Creta, onde em algumas aldeias ainda se faz pão com farinha de cevada, os paximadis (paximadia no plural em grego)têm gosto muito muito particular . Às vezes são com anis, outras com colminho.

Quando consumidos,” a boca guarda um gosto de húmus refinado, de pão de ervas perfumado, de terra acre e delicada Creio que se os paximadia tivessem existido na Creta antiga, certamente teriam sido depositados nos túmulos para servirem de alimento aos defuntos durante a eternidade”.(Jacques Lacarrière).

      Certa vez fui a Creta visitar um amigo e levei duas amigas e meu irmão. Na sala em que nos recebeu, havia um pote com paximadia. Uma das amigas experimentou um e, de tão duro, não conseguia comer e foi um perrengue. Tem que saber como consumir!

Fonte: trechos do artigo “Paximadi” de Jacques Lacarrière.

 



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