A vida nem
sempre nos avisa ou nos prepara para a partida dos entes queridos.
Há duas
semanas, essa querida estava ao meu lado na nossa igrejinha do Cambuci, firme e
forte, extremamente lúcida.
Que bom que
nos últimos tempos nos víamos e conversávamos...
Tia Beci me
conheceu quando eu tinha apenas 6 meses da idade.
Ela, seu
marido Sr. André e sua filha Eugenia, chegaram ao Brasil na mesma época que
meus pais , nos anos 50. Foram vizinhos nos tempos difíceis e a amizade se
perpetuou.
Tenho vívida
a imagem do Sr. André jogando buraco com minha mãe enquanto a Tia Beci
conversava com meu pai. Ela me disse há pouco tempo que meu pai, Xenophon, era
o único grego na época com um nível cultural ótimo com quem tinha prazer em
conversar. Eu me enchi de orgulho, com certeza.
Vivemos
muitos momentos juntos, nossas famílias.
Sr. André
era o fotógrafo de plantão das nossas aventuras simples mas tão carregadas de
afetividade: idas aos clubes de campo, tardes em casa, passeios...
Tia Beci
tinha um hábito de, todos os anos, por época do meu onomástico, dia 22 de
Dezembro, aparecer em casa com uma linda camisola para me presentear. Eu amava
e esperava ansiosamente pela visita.
Na época, as
Casas Mappin eram a sensação e lá vinha ela com a caixinha verde e as letrinhas
Mappin em branco...
A vida foi
passando, as famílias crescendo, os netos e bisnetos chegando.
Sr. André
nos deixou há quase 2 anos e a falta do companheiro de 70 anos pesou.
De repente ,
por uma “fatalidade”, ela se foi, de mansinho, sem muito alarde.
Fica a
saudade eterna dessa turma maravilhosa, sem igual. Meus pais, Sr. André e Tia
Beci devem estar por aí batendo seus papinhos e olhando por nós.
Tia Beci abraçando minha mãe após anos sem se verem. (2017)
Passeios em família com o super Oldsmobile do meu pai. Éramos felizes e sabíamos.
Nossos passeios no campo! Com radinho de pilhas e tudo!
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