quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Kayganá cretense-fritada de ovos com verduras silvestres


Como todos sabem, os gregos adoram verduras.
Nas casas do interior muitos têm hortas e de lá colhem suas verduras e legumes.
Desde cedo via minha mãe entrar pelo mato , pelas hortas e voltar carregada de verduras que chamava “agriohorta”(verduras selvagens ou silvestres).
Sempre que penso em alguma receita grega para postar, prefiro as mais práticas.
Os cretenses são conhecidos por comerem vários tipos de verduras que encontram ao longo da costa do Egeu. Esse hábito foi adquirido depois pelos turcos .
Abaixo segue a receita de uma fritada deliciosa de ovos com verduras.

INGREDIENTES
- 1 xícara de chá de uma ou mais verduras misturadas, se desejar. Pode ser urtigas, endivas, chicória,dente - de –leão, radicchio, folhas de beterraba etc...
-3 cebolinhas frescas
-1 cebola
-1/3 xícara de azeite extra-virgem
 -1 colher de chá de sal
- 1 colher de chá de pimenta do reino
-1 colher de chá de páprika
-4 ovos
Obs: Sirva com pão italiano.
MODO DE FAZER:
Limpe e lave bem as verduras ou a verdura se você escolher apenas uma.
Pique-as finamente.
Pique as cebolinhas e a cebola
Aqueça o azeite em frigideira anti-aderente, em seguida adicione a cebola e refogue por 5 minutos.  Adicione as cebolinhas frescas e cozinhe por mais 3 minutos. Em seguida adicione as verduras silvestres nesta ordem: das mais duras às mais macias). Endívias, chicória, radicchio, urtiga, dente-de-leão, folhas de beterraba.
Frite ligeiramente durante 5 minutos para deixar evaporar o excesso de água.
Adicione as especiarias e mexa. Faça quatro poços na mistura e quebre um ovo em cada poço.
Continue a cozinhar até que as claras estejam definidas mas as gemas ainda molinhas.

Sirva com pão italiano e , se tiver um queijo feta, vai super bem!

Fonte:
"Anatolia" by Somer Sivrioglu and David dale


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

TSOUCHTES- prato típico de Mani.



Pesquisando sobre pratos da região de Mani,Messinia, Grécia, terra da minha mãe, encontrei algumas receitas muito simples mas super nutritivas.
Diz o folclore, acredito que seja verdade, que os trabalhadores do campo, para conseguirem dar cabo ao trabalho árduo e , paralelamente, nutrir a família, no início do séc. XX, criaram pratos com o que eles mesmos produziam.
Quando voltavam dos campos e queriam uma refeição fácil de cozinhar e que fosse nutritiva, rica em ingredientesde proteína e amido, a pedida era o prato chamado “Tshouchtes”. Era receita apropriada para equilibrar a falta da carne.
Trata-se de um prato à base de uma massa caseira e rústica, Midzithra( que podemos substituir por ricota seca temperada ou um queijo ralado de preferência), ovos, manteiga, azeite e sal.
Segue receita.
Ingredientes
1 pacote de macarrão caseiro
100 g de ricota seca ralada ou queijo ralado de sua preferência( quem tiver midzithra grega, melhor ainda)
4 ovos
Um pouco de azeite
Um pouco de manteiga
Sal
Modo de fazer
Ferva o macarrão com o sal.
Em uma frigideira, colocar o azeite , a manteiga e fritar os ovos.
Separadamente , refogar o queijo relado até ficar dourado.
Jogar o macarrão no queijo e mexer bem.
Na hora de servir, colocar cuidadosamente um ovo frito por cima.

Parece simples, sem graça?Não é. Fica delicioso e nutritivo!


Fonte:
https://maniatika.wordpress.com

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Antes dos filhos, já eramos alguém



Apesar de sempre ter sido uma mulher bem maternal, me pego pensando em certas colocaçoes que tenho visto entre amigas e mulheres em geral.
Adoro ser mãe e, se não tivesse gerado minha filha, com certeza teria adotado uma criança.
Isso porém não me leva a dizer que a única razão de viver é minha filha ou que não existo sem ela. Como posso ser uma boa mãe se não sou nada?
Vejo declarações do tipo: sem meus filhos nada sou, são o ar que respiro etc etc.
Sem minha filha eu sou sim uma mulher que se fortaleceu com a vida, que optou por encarar uma separação e criar sua filha sozinha e muito bem, que tenta ser uma pessoa melhor a cada dia, que se informa, que ama seus amigos, sua família, que estudou o que teve vontade e que ainda pretende continuar ativa e cheia de alegria de viver até onde a saúde  permitir ou até partir para uma outra morada. Há momentos difíceis, sim, de dor de aflições que acabam por me fortalecer.
Claro que minha filha colore minha vida, alegra minha vida e me permite direcionar meu amor mas ela mesma não cansa de repetir que não pode ser minha razão de viver e que devo pensar em mim, tocar minha vida sem me preocupar tanto com os outros.
Por causa desses posicionamentos que surgem os ditos “ninhos vazios”. Os filhos partem para estudar, para casar, para viver sozinhos e os pais caem numa depressão sem fim.
Quando dei a maior força para minha filha atravessar o mundo e fazer um intercâmbio , muita gente perguntou como eu tive coragem. Se eu amo minha filha e a crio para ser feliz , quero o melhor para ela mesmo que isso tenha que nos afastar por uns tempos.
Foi, voltou mais amadurecida, teve que se virar . Conseguiu seu objetivo que foi aprender muito bem o inglês, o que facilita sua vida.
Cada caso é um caso, eu sei, mas acredito que se as pessoas se amassem mais não dependeriam de ninguém para serem felizes. Se não forem pessoas inteiras não poderão dar algo positivo para alguém. Minha filha me ensinou que é muito pesado jogar a responsabilidade da minha felicidade nela.

Obrigada filha!