domingo, 19 de abril de 2015

Foto antiga, busca de um elo perdido.



          Os ortodoxos gregos levam muito à sério o fato de batizarem uma criança.
Sempre pensamos que os padrinhos fazem o papel de protetores, até de segundos pai e mãe, no caso de uma necessidade.
Na minha família fomos colecionando afilhados ao longo dos anos.Eu, desde menina, comecei a batizar crianças e tenho o maior amor e carinho por todas elas. Pena que as circunstâncias da vida nem sempre nos permitem estarmos pertinho uns dos outros.
          Minha mãe ,por muitos anos teve uma confecção e ,só nesse ano, já com quase 87 anos, conseguiu se desvencilhar da sua sala de trabalho e alugá-la.
Esvaziando o imóvel, ela encontrou muitas fotos antigas. Ela já não enxerga direito e pediu que eu desse uma olhada.Fui descobrindo verdadeiros tesouros de lembranças, de elos, de saudade...
          Entre todas as fotos , encontrei um convitinho de batizado, algo muito comum há anos atrás, com a fotinho de uma linda bebezinha. Perguntei à minha mãe quem era.
Ela puxou pela memória e lembrou que havia batizado uma garotinha, há quase 50 anos atrás, no Bom-Retiro, filha de um casal de gregos. Logo esse casal se foi para a África do Sul onde havia possibilidade de bom emprego para o chefe de família.
 No convitinho encontrei o nome dela e do pai.
Comecei minha investigação pela internet e ,depois de muita procura, encontrei uma linda mulher vivendo na região norte da Grécia.
Como ela não frequenta muito o facebook, demorou a responder uma mensagem minha.
Eu colocara a foto do convitinho de batizado dela. Muita surpresa, me repondeu depois de várias semanas , postando mais fotos do batizado. Lá estávamos nós, meus pais e eu, ainda menina.
Bendita internet e seu lado tão positivo de proporcionar reencontros, renovar elos de amor e carinho.
A afilhada da minha mãe então contou-me do quanto sua mãe sempre falara sobre a madrinha do Brasil. Cresceu amando essa madrinha que nunca mais vira. Contou-me que seu seu segundo nome Dimitra, foi escolhido pela madrinha, em homenagem ao pai falecido quando a mesma era recém-nascida.
Marcamos um dia para que elas, minha mãe e a afilhada, se falassem via skype.
Foi muito emocionante assistir ambas trocando palavras de carinho, memórias, reiniciando uma ligação eterna.
Pretendo levar minha mãe, mais uma vez à Grécia, uma vontade dela , para que possa se energizar com seus familiares, com sua terra natal , kalamata, e visitar essa afilhada que ressurgiu após décadas.





Despina Dimitra hoje

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