Como já disse em outra
oportunidade, muitas vezes pensei se teria energia, saúde e vida suficiente
para criar um filho sendo uma mãe mais velha. “Mais velha” dentro dos padrões
ditos “normais” ou aconselháveis!
Talvez se eu não
tivesse um forte instinto maternal, eu não arriscasse.
Hoje vejo que houve
muito mais vantagens e que tudo aconteceu no momento certo. Ser mãe já
independente financeiramente já nos dá uma baita segurança.
Ninguém se casa ou se
une com alguém e tem um filho com esse alguém pensando que a união acabará. Se
porém acabar, que alívio não ter que depender de ninguém para criar bem seu
filho. A dependência é mais emocional . Ninguém obriga ninguém a assumir seus
filhos, a ser presente, a se importar. Isso tem que vir naturalmente.
Confesso que fui uma
mulher sortuda mesmo.
Enquanto muitas
mulheres maduras lutam para engravidar,
fazem inseminações, tratamentos , não tive problema algum. Logo após meu
casamento, em plena viagem à minha amada Grécia descobri estar grávida. Naquele
calor imenso do mês de julho, subindo e descendo centenas de degraus nas ilhas,
passeando o dia todo com o sol fervendo na cabeça,nada disso impediu que tudo
acontecesse naturalmente.
Para mim a gravidez
foi muito tranquila. Trabalhei até o final, dirigi, fiquei com os
cabelos e a pele bonitos. Mesmo engordando uns 15 kgs, não ganhei estrias .
Meu bebê foi
prematuro( 8 meses de gestação) mas logo se desenvolveu e hoje é uma linda moça
de 18 anos.
Fiquei uns 2 meses
curtindo o bebê em casa. Na época eu tinha uma loja em sociedade com minha mãe
e isso ajudou muito.
Levava minha bebezinha
todos os dias comigo bem cedinho para o trabalho.
Descia com todo
arsenal, colocava tudo no carro e lá na galeria, onde tínhamos a loja,
descarregava tudo pacientemente e passávamos o dia.
Muitas vezes um senhor
idoso nos observava e dizia que achava bonito todo aquele ritual de chegada
diariamente...
Eu tinha a maturidade
para encarar o dia a dia de trabalho, tranquilidade para ficar sem as saídas,
viagens ,programas. Era prazeiroso
cuidar da minha menina. Nunca precisei de ninguém para lhe dar banho, curar seu
umbigo. O pai me ajudava às vezes e era delicioso.
Conto tudo isso para
ajudar as mulheres que ainda temem essa maternidade tardia.
Claro que nem sempre
tudo é tão tranquilo mas por que não acreditar que será?
Ainda vejo pessoas se
espantarem quando uma mulher de 40 anos ou mais ainda quer ter um filho. Hoje
já é mais comum.
Logo que entrei nesse
facebook, uma amiga me perguntou se minha filha era adotiva.
Por que será essa
pergunta? Olhei no espelho e vi que não estava tão mal rsrsrsr.
Se fosse adotiva seria
tão maravilhoso quanto foi sendo minha mesmo.
Ufa, deu tempo. Ela
cresceu, está na universidade, muito segura de si.
Tomara que meus deuses
gregos me conservem com muita saúde para continuar cheia de entusiasmo pela
vida e, quem sabe, ainda brincar e viajar com algum neto...