Mesmo com 14 anos, fui a New York onde fiquei 2 meses como
presente de aniversário de 15 anos dos meus pais. Claro que só fui porque lá
morava uma tia-avó da minha mãe e seus familiares, que me receberam super bem.
Fizemos os passeios básicos,umas comprinhas e passei um natal com muita neve, o
que me encantou.
Em 2013, minha filha katherine completou 15 anos. Para minha
sorte, ela nunca "curtiu" festas de quinze anos,debutantes e coisas
do tipo. Perguntei se ela gostaria de ir para Disney e ela logo gostou da
idéia. Porém só comigo,não valia à pena ,já que eu nunca subiria nas
montanhas-russas radicais com ela. Ficamos aguardando uma oportunidade de ir
com amigos.
Numa conversa informal com um amigo de faculdade e sua
família, cogitamos a viagem e daí já começamos a planejar .Como ele tem filhos
adolescentes, tudo ficou bem mais divertido para minha filha. Aderiu ao nosso
grupo também mais uma adolescente e sua tia. Formou-se uma turminha divertida e
incansável!
A magia tomou conta de todos nós.Houve
emoção,alegria,medo,cansaço,admiração com a organização de tudo, tristeza com
as comparações com nosso Brasil.
Eu, meio medrosa em estradas desconhecidas, acabei tirando
de letra porque, eu juro, não encontrei um buraquinho sequer,uma emendazinha
sequer ,durante as duas semanas que estivemos em Orlando. Já me haviam dito e
pude comprovar que trata-se de um mundo à parte ,feito para impressionar e
quase perfeito.
O que não troco por nada, é o jeito de ser dos brasileiros
,a alegria,o jeito aberto de receber as pessoas.
O que mais me impressionou foi o respeito ao idoso e aos
portadores de necessidades especiais. Em todas as lojas dos parques e, no
geral, havia funcionários idosos.Todos alegres,bem vestidos,sorridentes se
sentindo úteis.Encontrei uma senhora muda no caixa da loja! Ela se comunicava
escrevendo quando necessário.Outro caixa, era um homem com um braço paralisado
mas que exercia sua função impecavelmente. Logo pensei o quanto eu gostaria de
envelhecer num lugar onde fosse respeitada e não jogada para escanteio,
como,infelizmente, acontece em nosso Brasil.
Os parques, os outlets, os shoppings, são construídos e
adequados aos cadeirantes.
Ser cadeirante não impediu ninguém de se divertir, de
percorrer os parques,de participar das brincadeiras, de brincar nos
simuladores, nas montanhas russas.Sempre havia alguém para ajudar e sempre um
acesso adequado.
Ficamos realmente impressionados com o funcionamento de
tudo.
Reclamamos da comida, é claro.Muita fritura e fast- food. O
que nos salvou foram um restaurante de massas e um restaurante brasileiro, onde
pudemos matar a saudade.
Chegando nos dois últimos dias e já sabendo que estava na hora de partir, comecei a sentir
saudade da minha casa e querer voltar.
Essa vontade passou depressinha logo que cheguei ao terminal
da Barra Funda, trazida do aeroporto de Viracopos com o ônibus de cortesia da
companhia aérea ,com a qual viajamos.
Fomos largados nas plataformas , com nossas mil malas.
Elevador????Nem pensar.
Escadas rolantes, só la no finalzão e impossível para quem
tinha muita bagagem a carregar.
Taxi para chamar???? Só se subíssemos, atravessássemos a rua
para ir ao ponto.Como levar tudo até lá? Logo percebemos tudo: há a máfia dos
carregadores. Você precisa ir antes até lá,pagar pela quantidade de malas que
levará . Daí o carregador simplesmente atravessa a rua e pega tudo. Detalhe:
nós passageiros não podemos atravessar juntos. Outra odisséia.Subimos mil
degraus para atravessar e encontrar o carregador no ponto de taxi.Outro
detalhe.Ele fica com nossa bagagem sozinho. Enfim tomamos o taxi que confirmou
que trata-se sim de uma máfia. Por isso ,não permitem que carros e nem taxis
entrem na plataforma, mesmo que rapidamente, para apanhar quem chega.
Percebi onde cheguei e queria voltar correndo.Para alguém
que passa 8 horas num avião,a noite toda sem dormir, ter que enfrentar essa
jornada para conseguir tomar um taxi, foi mesmo um desalento. Nenhuma estrutura
para receber decentemente passageiros com o mínimo de respeito.
Apesar dessa
"acolhida" tão ruim, tudo valeu demais à pena. Todos viraram crianças
por duas semanas, vibraram com os personagens , com os brinquedos em geral, com
as lojas cheias de magia,com a organização ímpar. Agora que conhecemos tudo de
perto, a vontade é de voltar rapidinho.