Era mais um dia
quente no verão grego e nosso quinteto desbravava as ruelas de OIA em Santorini.
Fome e sede já tinham nos atacado.
Procurávamos
algum lugar para almoçar e descansar mas que não fosse aqueles restaurantes
típicos para turistas.
Surge de
repente num cantinho das escadarias, uma pequena taverna com umas 4 mesinhas. Foi
lá mesmo que resolvemos ficar e tivemos muita sorte. Nada de luxo, apenas beleza
na simplicidade.
Lá veio o
rapaz, um dos donos desse mini restaurante familiar nos dando as sugestões
deliciosas do dia. Fizemos nossos pedidos e enquanto aguardávamos , algo na
parede me chamou a atenção! Imediatamente minha memória encontrou uma “SKAFIDA”,
ou skafidi ou skafi.
Uma espécie
de recipiente retangular que poderia servir para preparar a massa do pão que era
o principal alimento na antiguidade grega. Não discorrerei sobre como isso era
feito porque a minha memória chamou para o dia em que num inverno rigoroso, em
Marathos, Grécia, em época em que ainda não havia energia elétrica, chuveiros e
coisas do tipo, uma Skafida foi usada por minha tia para me banhar. Era assim
que banhavam as crianças naquela época.
Meu pai
contava que a Skafida servia como canoinha para ele e seus irmãos brincarem nas
águas azuis dos mares da cidade. Aproveitavam a hora da sesta, logo depois do
almoço, deixavam os pais adormecerem pegavam a skafida e se mandavam escondidos
e nus. Nus sim porque a mãe lhes escondia as roupas para que não se
aventurassem pelo mar.
Meu pai contava
que, numa dessas vezes, eles demoraram a voltar e o pessoal da cidadezinha já
se encontravam nos cafenios(cafés). Tiveram que ir pelos cantinhos, nús , e
descobertos levaram aquela sova!
Em frente à
cidadezinha de Marathos, existe uma ilha pequena chamada Proti. Era para lá que
eles fugiam com a skafida até que fossem descobertos.
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