quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Antes dos filhos, já eramos alguém



Apesar de sempre ter sido uma mulher bem maternal, me pego pensando em certas colocaçoes que tenho visto entre amigas e mulheres em geral.
Adoro ser mãe e, se não tivesse gerado minha filha, com certeza teria adotado uma criança.
Isso porém não me leva a dizer que a única razão de viver é minha filha ou que não existo sem ela. Como posso ser uma boa mãe se não sou nada?
Vejo declarações do tipo: sem meus filhos nada sou, são o ar que respiro etc etc.
Sem minha filha eu sou sim uma mulher que se fortaleceu com a vida, que optou por encarar uma separação e criar sua filha sozinha e muito bem, que tenta ser uma pessoa melhor a cada dia, que se informa, que ama seus amigos, sua família, que estudou o que teve vontade e que ainda pretende continuar ativa e cheia de alegria de viver até onde a saúde  permitir ou até partir para uma outra morada. Há momentos difíceis, sim, de dor de aflições que acabam por me fortalecer.
Claro que minha filha colore minha vida, alegra minha vida e me permite direcionar meu amor mas ela mesma não cansa de repetir que não pode ser minha razão de viver e que devo pensar em mim, tocar minha vida sem me preocupar tanto com os outros.
Por causa desses posicionamentos que surgem os ditos “ninhos vazios”. Os filhos partem para estudar, para casar, para viver sozinhos e os pais caem numa depressão sem fim.
Quando dei a maior força para minha filha atravessar o mundo e fazer um intercâmbio , muita gente perguntou como eu tive coragem. Se eu amo minha filha e a crio para ser feliz , quero o melhor para ela mesmo que isso tenha que nos afastar por uns tempos.
Foi, voltou mais amadurecida, teve que se virar . Conseguiu seu objetivo que foi aprender muito bem o inglês, o que facilita sua vida.
Cada caso é um caso, eu sei, mas acredito que se as pessoas se amassem mais não dependeriam de ninguém para serem felizes. Se não forem pessoas inteiras não poderão dar algo positivo para alguém. Minha filha me ensinou que é muito pesado jogar a responsabilidade da minha felicidade nela.

Obrigada filha!

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