Lá fui eu mais uma vez
receber a aposentadoria da minha mãe, já que ela ainda está se recuperando de
uma fase de “dodóis”.
Não me sinto bem indo
sem ela ao meu lado, como sempre fazíamos.
Lá ia ela toda prosa,
conversava com a moça do caixa, já sua amigona. Claro que já a presenteara com
seus lindos cachecóis e viraram amigas.
Hoje , sentada
aguardando minha vez entre os aposentados, vejo um homem um pouco mais novo do
que eu, talvez, chegando com o pai, em passos lentos.
Me chamou a atenção
pois ele vinha super carinhoso perguntando: “-Está tudo bem”? enquanto
acariciava o pai que parecia adoentado, debilitado.
Daí aquilo tudo bateu
em mim feito uma pedra imensa. Veio a lembrança do meu pai na fase debilitada,
a lembrança dessa fase que vivo com a mamãe em recuperação . Meio que
desmontei. Eles se sentaram atrás de mim e o filho dizia: “-Puxa pai, que
legal, hoje o senhor já tomou banho, fez a barba, tomou seu café...”.Enquanto
falava , passava a mão na cabeça do pai com muito carinho.
Sorte que eu estava de
óculos porque as lágrimas rolaram e percebi que nunca estamos prontos para a
finitude. Nossos entes queridos nos parecem eternos.
Nessa hora tento me
conformar acreditando na vida eterna, em outras vidas, e em tudo que me dê uma
esperança de “Infinitude”.
Difícil termos que nos
bastar emocionalmente...
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