FICTOSSEXUALIDADE-(Você
já amou um personagem fictício?)
Assistindo a
um filme turco , “Lashes”, no portuguê “Cinzas” deparei-me com um tema interessante e bem
comum: a fictossexualidade.
A fictossexualidade
se refere ao apego emocional ou desejo por personagens. Para muitos, isso pode
ser mais seguro do que ter relacionamentos reais.
Fictofilia ou fictossexualidade
referem-se ao intenso e duradouro apego emocional, amor, paixão ou desejo que
as pessoas sem tem por personagens fictícios.
Relação
parassocial é até comum na adolescência , mas pode se tornar um problema quando
se torna uma obsessão e fuga à realidade.
Muitos de
nós já nos apaixonamos por personagens de séries favoritas não é?
Na adolescência
isso e normal acontecer.O problema é quando alguém fica obcecado por
personagens fictícios depois de mais velho ou até mesmo mantém padrões de
relacionamento onde a aparência física de seu parceiro é baseada nesses
personagens. Algumas pessoas trocam o relacionamento padrão pelo relacionamento
parassocial onde a relação ocorre com as
celebridades, atores, influenciadores digitais.
Dentro da fictossexualidade
há algumas subdivisões. Existe, por exemplo, aqueles que só se atraem por
personagens de quadrinhos e livros (vide o filme que citei no início),
conhecidos como “cartosexuals). Os “inreasexuals”, por outro lado, sentem
atração por personagens de TV e filmes.
A
Psicanálise considera a fictossexualidade uma distorção da identidade sexual. A
dra Araceli Albino afirma que “ Há predominância do mecanismo primário de
idealização. O sujeito fica fixado no imaginário e cria um objeto que se pode
desejar incondicionalmente e de uma [única via. Não tem desejos diferentes dos
seus, não discorda, não fala, o desejo está à mão a hora que quiser. É viver o
tempo todo no gozo, só no princípio do prazer e isso é mortífero. É uma relação
de uma única via, não existe o outro, e o humano necessita da existência do
outro”.
Apesar de a psicanálise
enxergar dessa forma, a fictossexualidade não é considerada doença. Não se fala
em doença e sim num mecanismo de defesa psíquica que alguns sujeitos encontram
para viver. Mesmo a psicanálise não lida com esses sintomas como sendo uma
doença e sim como uma forma inconsciente de lidar com uma dor.
“Mesmo eles
acreditando que estão vivendo uma paixão por esses objetos fictícios, essa
paixão é um sintoma, pois existe uma negação da realidade e do afeto amoroso
que dinamiza a vida”, esclarece a especialista.
Fonte: Dra
Araceli Albino-psicanalista
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forbes.com.br e outras leituras.